sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Comentário da Lição 2 do 1º Trimestre de 2011 - Provisão Divina para a Ansiedade

Lição 2 – PROVISÃO DIVINA PARA A ANSIEDADE


Marcos Faiock Bomfim
Twitter:@PrMarcosBomfim

INTRODUÇÃO: Quando um ser celestial aparece a um ser humano, o impacto emocional e físico do conflito entre as duas realidades se torna muito opressivo para o último. Portanto, quase sempre as primeiras palavras que o ente espiritual pronuncia são “não temas...”. Foi assim com Maria (Luc. 1:30), com Zacarias, pai de João Batista (Luc. 1:13), e com tantos outros!

Mas não é apenas esta a razão dos “não temas” celestiais. Todo o Céu trabalha para nosso bem estar e se a mais alta Força do Universo está a nosso favor, por que temer?

Ouvi de uma idosa senhora, de Londres, que conseguia dormir profundamente enquanto o bombardeio alemão destruía várias casas ao seu redor, na Segunda Guerra Mundial. Quando alguém lhe perguntou como conseguia realizar a façanha, ela teria respondido: “Se a Bíblia diz que meu Deus não dormita, isto é o suficiente! Não precisamos, os dois, ficar acordados. Ele é bom no que faz, e com certeza, não precisa de minha ajuda!”

DOMINGO – A primeira experiência de temor
Perguntas para despertar interesse:
1. Existia medo antes do pecado?
2. O medo é sempre nocivo? Por que?
3. Em sua opinião, no Céu poderá haver medo?


Desde o berço, o ser humano enfrenta a realidade do medo: de escuro, de estar longe dos pais, etc. O fim da vida também apresenta seus medos característicos, contra os quais todos terão que lutar. Escatológicamente falando, o medo também seria companhia constante no tempo do fim, com os homens desmaiando de terror, ante a expectativa das coisas que lhes sobreviria. Na verdade, pelo menos dentro do contexto de pecado, uma certa medida de medo pode ser uma reação positiva, pois sua total ausência poderia representar um risco até para a integridade física.

Mas todo o Céu está à espera de que aprendamos a confiar no Senhor de todo o coração, pois “o perfeito amor lança fora o temor.” I Jo. 4:18 e 19.

Mais perguntas para sua classe:
1. Quem não aprender agora a confiar no Senhor, mesmo em meio às maiores ameaças (Sal. 23:4), conseguirá descansar nEle quando os ímpios rodearem a Cidade Santa?
2. Como o estudo e a prática da Palavra de Deus (Bíblia e Espírito de Profecia), está relacionado com uma vida de segurança, sem medo do mal (Prov. 1:33)?
3. O recebimento do Espírito Santo é relacionado com o ato de não    temer (Ag. 2:5). Como fazer para receber o Espirito Santo?
4. Se Deus nos diz que não devemos temer o que outros homens temem (I Ped. 3:14), então, o temor também seria uma escolha?
5. Se a perda do temor está relacionada com a fé, como ter mais fé? Rom. 10:17.

SEGUNDA – Não tenha medo
Existem pessoas que desenvolvem o hábito de viver ansiosas por alguma razão, com evidente prejuízo para sua saúde mental e física. Um médico relatou a queixa de uma paciente: “Doutor, sempre me sinto mal quando estou bem, porque sei vou me sentir mal logo depois.”

O contexto imediato de Genesis 15 (veja o capítulo anterior) mostra que provavelmente devido ao episódio do cativeiro de Ló, o principal receio de Abraão estivesse relacionado à insegurança – possibilidade de vir a ser atacado de surpresa por alguém. Estariam em risco não apenas suas posses, mas a própria integridade física. Ele compreendeu que, pelo menos nesta terra, não existe nenhum lugar completamente seguro. (Isto lhe parece familiar?).

E é neste contexto que vem a ordem: “Não temas, Abrão, Eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande.” Gen. 15:1. Note que o tom é de ordem, e não de conselho.

Discuta com sua classe:
1. Já que Deus ordena que não temamos, em sua opinião, a ansiedade (ou medo) poderia ser uma forma de rebelião contra o Senhor?
2. Como lutar contra estes sentimentos, se o próprio pensamento de livrar-se do medo já o reforça? Que estratégia devemos usar? (Veja comentário de terça).

A inutilidade da ansiedade fica bem clara nesta frase atribuída a Montagnier: “Minha vida foi cheia de tristezas e infortúnios, a maioria dos quais nunca aconteceu!”

TERÇA – Confiança contra a ansiedade
Claro que nós, cristãos, ainda esperamos realidades que transcendem a este mundo. Jesus, nosso exemplo, também pôde suportar as angústias presentes por olhar mais além, para o que Deus lhe reservava no futuro. Por isso, ainda que estivesse indo para morrer, recomendou a seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração... Na casa de meu Pai... Vou preparar-vos lugar... voltarei, e vos levarei para mim mesmo...” (João 14:1-3). Seu foco era o futuro!

Episódios de pânico ou mesmo a síndrome do pânico, por exemplo, podem ser algumas das consequências sofridas por uma mente que não lidou apropriadamente com a ansiedade.

Aceitar a ansiedade como algo normal pode se torna-la em hábito, através do processo de condicionamento, e prejudicar seriamente não apenas a mente mas também ao corpo. Algumas pessoas chegam ao ponto de viver sempre ansiosas sem nem ao menos saber a razão, mas a ignorância da causa não lhes diminui o dano! A mente permanece “trabalhando” na ansiedade mesmo quando estão distraídos ou fazendo outras coisas, fazendo com que tenha uma carga extra de trabalho, o que, a médio ou longo prazo pode ser muito prejudicial.

Portanto, a ansiedade e seus causadores precisam ser prontamente identificados e tratados. A Palavra de Deus recomenda: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós.” I Ped. 5:7. Mas como “lançar sobre Ele” a ansiedade que não está claramente identificada?

Atividade para controle da ansiedade, baseada em I Ped. 5:7:
1. Nos momentos de meditação diária, faça uma lista com seus motivos para ter ansiedade.
2. Agora, leia  Filip. 4:6 e 7, e identifique os 3 ou 4 passos da estratégia para se lutar contra a ansiedade: ____________________________
3. A seguir, siga estes passos, com ênfase no último, que é _________
4. Identifique aquelas causas de ansiedade que podem ser removidas por sua escolha.
5. Tome os passos necessários para livrar-se delas imediatamente (por exemplo: se está em dívidas, corte despesas; peça perdão a alguém que você ofendeu; rompa com relacionamentos ou hábitos errados/pecaminosos; pague o que deve, etc.).
6. Repita a estratégia (item 3) quantas vezes for necessário, até que tenha “lançado sobre Ele” sua ansiedade.
7. Como saber se você já lançou a ansiedade sobre Ele? Se já não está com ela! Portanto, permaneça repetindo a estratégia até que isto aconteça, e sempre que for necessário.

Para discutir com a classe:
1. O que são “ações de graças” para você?
2. Em que sentido uma criança pode ser um modelo de vida sem ansiedade (Mat. 18:3)?

QUARTA – Pássaros e lírios
Para discutir com sua classe:
1. Por que você acha que Jesus colocou a ansiedade como sendo uma atitude pagã (Mat. 6:32)?
2. Qual é outro aspecto da estratégia de vida para se combater a ansiedade? Mat. 6:33.

Jesus ironizou a inutilidade da ansiedade afirmando que por maior que ela seja, não tem o poder de mudar as circunstâncias (Mat. 6:27). Pelo contrário, além de contribuir para a debilidade da saúde em geral, dificulta o raciocínio para o processo de tomada de decisões.

Conta-se que no bolso de um soldado francês, morto durante a Primeira Guerra, achou-se um papel com o seguinte texto: “Qual a pior coisa que me poderá acontecer? De duas uma: ou estarei na vanguarda, ou na retaguarda. Se estiver na retaguarda, tudo bem. Mas se estiver na vanguarda, de duas uma: ou serei ferido, ou sairei ileso. Se ficar ileso, tudo bem! Se for ferido, de duas uma: ou me recuperarei, ou morrerei. Se me recuperar, não preciso preocupar-me, mas se morrer, não terei como preocupar-me!”

Em Mateus 6:33, Jesus deixa claro a importância de uma correta rotina espiritual para o combate da ansiedade: buscar a Deus em primeiro lugar.

Para discutir com a classe:
1. Em que sentido as férias alteram sua comunhão particular com Deus? E o culto familiar, também é alterado pelas férias? Por que?
2. Quando você acha mais fácil estabelecer uma rotina espiritual: nas férias ou durante o ano?
3. O que você pode fazer para colocar a Deus em primeiro lugar mesmo nas férias?
4. Poderia ser o caso de as férias, um presente de Deus, nos afastarem do próprio Doador? Como evitar que isto aconteça?

QUINTA – Um dia de cada vez
Pergunta para discussão:
1. Se não é possível viver absolutamente sem a ansiedade, qual é o limite (temporal) que Jesus estabeleceu para ela? Mat. 6:34.
2. Este verso significa, por exemplo, que alguém não deve guardar dinheiro para o estudo dos filhos, ou construir uma casa para a época da aposentadoria?
3. Como você acha que Paulo “aprendeu” a viver contente em toda e qualquer situação (Filip. 4:11, 12)?
4. Qual foi sua estratégia de aprendizagem? Filip. 4:6, 7.
5. Que rotinas e hábitos de cuidado para com o corpo podem ajudar a prevenir ou combater a ansiedade?

Contentamento é uma atitude mais relacionada a um estado do interior do que a circunstancias externas. É saber que “o meu Deus, segundo sua riqueza em glória, suprirá em Cristo Jesus cada uma das vossas necessidades.” Fil. 4:19.

CONCLUSÃO:  De fato, a ansiedade não pode ser um modo de vida aceitável para o cristão, não importa quão difíceis sejam as circunstancias. É por isso que “o Senhor não Se agrada de que nos impacientemos e fiquemos ansiosos, fora dos braços de Jesus.” Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, p. 468.

O próprio sábado não pode ser guardado corretamente por uma pessoa ansiosa. Em Hebreus 3:19 nos é dito que muitos israelitas, guardadores do sábado, não foram capazes de entrar no descanso divino, por causa da incredulidade (veja também o capitulo 4).

Talvez uma das formas mais nocivas de ansiedade é aquela que se tornou em hábito, e cuja causa já nem mesmo possa ser mais identificada! Portanto, é muito importante seguir diariamente o conselho de Pedro em I Ped. 5:7, lançando sobre Ele imediatamente “toda ansiedade”.


Por outro lado, ter como perspectiva as coisas do alto, nos faz compreender que nenhuma perda aqui na terra poderá ser realmente significativa, que nada está fora do alcance da mão todo-poderosa de Deus! Talvez por isso é que Paulo podia dormir mesmo estando preso e contando com a possibilidade de ser morto no dia seguinte. Se isto foi possível para ele, e se Deus não faz acepção de pessoas, também será possível para nós, crentes ansiosos. Busquemos esta graça “pela oração, com súplicas e com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará as vossas mentes e os vossos corações em Cristo Jesus.” Fil. 4:6, 7.