Além dos problemas políticos, religiosos e físicos, o aborto também pode afetar seriamente a saúde psíquica das mulheres. Em pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP com 120 mulheres que passaram por aborto, mais da metade apresentaram algum nível de depressão e a maioria sofria de baixa a média estima pessoal.
“Esses resultados indicam que as equipes de saúde precisam buscar cada vez mais políticas públicas para prevenção da gravidez indesejada, levando em consideração as dificuldades ao uso de métodos contraceptivos com visão integral à mulher, ou seja, considerando todo seu contexto”, diz a enfermeira Mariana Gondim Mariutti Zeferino, autora do estudo.
Mariana cita como exemplo a violência familiar, o uso de álcool e drogas, a resistência do parceiro ao uso de métodos contraceptivos de barreira, principalmente quando a mulher tem efeitos colaterais ou contra-indicações aos anticoncepcionais hormonais e submissão ao parceiro. “E quando a gravidez indesejada acontece, tendo como consequência o aborto induzido, que a equipe possa oferecer assistência qualificada e humanizada e que estimule os profissionais de enfermagem a reconhecer as necessidades de implementar os cuidados e reforçar aspectos resilientes dessas mulheres”, alerta a pesquisadora.
O estudo foi realizado entre agosto de 2008 e setembro de 2009, com mulheres internadas em um hospital público do interior do Estado de São Paulo, com diagnóstico de abortamento. [...]
Entre as que apresentaram sinais de depressão, a maioria declarou-se solteira, trabalham, com mais de 40 anos de idade e tem religião. [...]
Nota: Pesquisas já demonstraram que sexo sem afetividade e compromisso também causa depressão e baixa autoestima. Isso não lhe diz nada? Quanto ao aborto, além das políticas públicas para prevenção da gravidez indesejada, o governo deveria investir mais em campanhas que valorizassem o compromisso, a fidelidade e o casamento. Infelizmente, propagandas, filmes e novelas (exibidas em canais que detêm concessões públicas) incentivam justamente o contrário dos valores que poderiam preservar de maiores sofrimentos homens, mulheres e crianças. Não fomos criados para o sexo “livre” e para matar crianças.]
[Michelson Borges]
[Michelson Borges]