Na revista Veja de 10 de janeiro de 2010, há um artigo interessante que tenta responder à pergunta: Por que fazemos e gostamos de música?
O livro que o artigo toma como base é This Is Your Brain on Music [Esse é seu cérebro na música], lançado no ano anterior nos Estados Unidos. Seu autor, o neurocientista americano Daniel Levitin, da Universidade McGill, em Montreal, Canadá, comandou uma equipe que realizou exames de ressonância magnética no cérebro de 13 pessoas enquanto elas ouviam música.
“O resultado do trabalho é a mais detalhada descrição já obtida pela ciência da – para usar as palavras de Levitin – ‘refinada orquestração entre várias regiões do cérebro’ envolvidas na ‘coreografia musical’”, diz Rosana Zakabi, autora da matéria.
O livro que o artigo toma como base é This Is Your Brain on Music [Esse é seu cérebro na música], lançado no ano anterior nos Estados Unidos. Seu autor, o neurocientista americano Daniel Levitin, da Universidade McGill, em Montreal, Canadá, comandou uma equipe que realizou exames de ressonância magnética no cérebro de 13 pessoas enquanto elas ouviam música.
“O resultado do trabalho é a mais detalhada descrição já obtida pela ciência da – para usar as palavras de Levitin – ‘refinada orquestração entre várias regiões do cérebro’ envolvidas na ‘coreografia musical’”, diz Rosana Zakabi, autora da matéria.
Segundo Veja, a equipe de Levitin desvendou processos neurológicos que até então tinham escapado aos pesquisadores. Um dos mais surpreendentes é que a percepção musical não é resultado do trabalho de uma área específica do cérebro, como ocorre com muitas atividades, mas da colaboração simultânea de grande quantidade de sistemas neurológicos.
“Uma conclusão da pesquisa é que muito do que se imagina ser o som do mundo exterior ocorre na verdade dentro do cérebro. As moléculas de ar que fazem vibrar nossos tímpanos não têm em si as variações entre sons graves e agudos. Elas oscilam numa determinada frequência que o cérebro mede; a partir disso, ele constrói uma representação interna com variações de tonalidade sonora. É similar ao que acontece com as ondas de luz, que são desprovidas de cor. É o cérebro e o olho que constroem as cores medindo a frequência das ondas. Levitin nota que o cérebro não apenas produz uma representação interna do som, mas também lhe dá significado.”
O cientista descobriu que, quando ouvimos música, o ouvido envia o som não apenas para regiões especializadas do cérebro, mas também para o cerebelo, que se “sincroniza” com o ritmo, tornando possível acompanhar a melodia. Interessante é que o cerebelo parece ter prazer no processo de sincronização.
Essa descrição técnica não lhe soa como design inteligente?
Que vantagem evolutiva a apreciação estética trouxe ao ser humano? Por que gostamos de música e fazemos música? A resposta seria talvez: Porque fomos criados para gostar dela. Creio que sim.
Michelson Borges