Foram vampiros, lobisomens, zumbis e parece que a nova onda é: anjos caídos. Talvez nem tão nova assim para um pessoal que acompanha uma série de livros e HQs sobre o tema… Mas é novidade para quem quer estar a par dos assuntos da moda. Pra quem não sabe, resumidamente, anjos caídos são seres que viviam no Paraíso e, por querer poder demais, coisas terrenas demais ou por discordarem das regras celestiais, acabaram sendo expulsos de lá. Tudo começou com a popularização de alguns livros lá para meados de 2009. Desde então, é um lançamento atrás do outro.
E a onda ainda promete: a Disney comprou os direitos de Fallen (que já tem continuação: Tormenta). Em breve, os anjos chegarão aos cinemas também. Enquanto isso não acontece, fique com as histórias já publicadas sobre o tema: A Batalha do Apocalipse, Anjos Caídos e Um Guia para Demônios, Fadas, Anjos Caídos e Outros Espíritos Subversivos.
Nota: O texto acima, publicado no blog da Fnac, é claramente promocional, mas revela algo que salta à vista dos mais atentos observadores das tendências na literatura e no cinema: de início, o sobrenatural e o ocultismo foram embalados em livros infantis com um personagem “inofensivo” chamado Harry Potter (isso sem contar os inúmeros livros e filmes ocultistas e espiritualistas não necessariamente voltados para crianças). Os leitores do bruxinho (principalmente as leitoras), agora adolescentes, foram contemplados com a série “Crepúsculo”, cujo pano de fundo é o vampirismo. A culminação (se é que esse já é o ponto culminante) dessa tendência aparentemente orquestrada só poderiam ser os anjos caídos. É verdade que bruxaria, ocultismo e vampirismo são temas diretamente ligados aos anjos caídos (embora muita gente ignore esse fato), no entanto, como as pessoas hoje estão dessensibilizadas com respeito ao verdadeiro mal, uma vez que foram gradualmente condicionadas para aceita-lo travestido em histórias aparentemente insuspeitas, não mais se espantam com essas temáticas. Pior é que a Disney está se metendo aí... Com a produção de Fallen pela gigante, essas distorções a respeito dos anjos ganharão ainda mais publicidade. Milhões de crianças que não leem a Bíblia crescerão aprendendo bobagens sobre os anjos maus (ou concluirão que eles são seres mitológicos) e serão mais facilmente confundidas quando esses mesmos anjos aparecerem para o engano final.
[Michelson Borges]
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