quarta-feira, 6 de abril de 2011

Meteoritos + nitrogênio + Terra = vida?

Um meteorito encontrado na Antártida fortalece o argumento de que a vida na Terra pode ter sido trazida do espaço, dizem cientistas. Análises químicas do meteorito mostraram que o material é rico em hidrocarbonetos e amônia, um componente químico formado pornitrogênio e hidrogênio, encontrado em proteínas e no DNA que forma a base da vida tal e qual conhecemos. Os pesquisadores acreditam que esses elementos podem ter sido trazidos para a Terra através de meteoritos que caíram sobre a Terra no passado, povoando o planeta com os ingredientes que faltavam para a criação [?] da vida. As conclusões se baseiam em uma análise de pouco menos de 4 gramas de pó extraído do meteorito Grave Nunataks 95229, batizado em referência ao local onde foi descoberto na Antártida em 1995.
Detalhes do estudo conduzido por uma equipe das universidades do Estado do Arizona e da Califórnia, em Santa Cruz, foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. “O estudo mostra que há asteroides no espaço que, ao se fragmentar em meteoritos, podem ter caído sobre a Terra com uma mistura de componentes com propriedades atrativas, incluindo uma grande quantidade de amônia”, disse a coordenadora da pesquisa, Sandra Pizzarello, da Universidade do Arizona.

Segundo ela, meteoritos podem ter fornecido à Terra uma quantidade suficiente de nitrogênio para fazer emergir a vida em seu estado primitivo.

Estudos realizados com o meteorito Murchison, que atingiu a Austrália em 1969, mostraram que aquela rocha também é rica em componentes orgânicos. Mas Pizzarello diz que o meteorito Murchison é “complexo demais” e contém moléculas de hidrocarbonetos mais propensas a serem encontradas em um período mais tardio da história da vida.

A teoria de que as “sementes” da vida na Terra foram trazidas por cometas ou asteroides resulta, em parte, da tese de que nosso planeta, em seu período formativo, não contivesse o estoque necessário de moléculas simples para ativar os processos que deram início à vida primitiva. [Na verdade, em minha opinião – e de muitos outros criacionistas –, essa teoria da panspermia cósmica resulta, na verdade, da incapacidade de propor uma teoria para a origem espontânea da vida aqui na Terra, em tão pouco tempo para se chegar à tremenda complexidade observada atualmente. O que se faz, então? Joga-se o problema para fora, como se faz com uma batata quente. Como e quando a vida surgiu? “Não temos como saber”, respondem os evolucionistas, “pois ela surgiu em algum lugar do espaço.” Muito conveniente. – MB] 

Tais processos poderiam ter ocorrido no chamado “cinturão de asteróides” entre Marte e Júpiter, longe do calor e da pressão de planetas em formação. Colisões entre os asteroides dentro desse cinturão teriam produzido os meteoros que viajaram pelo sistema solar e, ocasionalmente, terminaram carregando seu material para a Terra.

A especialista em meteoros Caroline Smith, do Museu de História Natural de Londres, concorda que um importante elemento no novo estudo é a detecção de nitrogênio. Mas ela questiona se a quantidade encontrada no meteorito da Antártida se repete em outras ocasiões. “Um dos problemas em relação à biologia primitiva na Terra tem a ver com a necessidade de nitrogênio em abundância para deslanchar todos esses processos pré-biológicos”, ela explica. “O nitrogênio está presente na amônia. Mas há uma série de evidências que apontam que a amônia não existia em abundância no início da Terra. Então de onde veio?”

O fator específico que levou ao nascimento da vida na Terra permanece um mistério. Uma das hipóteses aventadas pela professora Pizzarello é que materiais provenientes de meteoritos tenham interagido com ambientes como vulcões e piscinas formadas pelas marés oceânicas. Mas ela ressalvou que todas as hipóteses ainda estão no campo da especulação. “Encontramos esses materiais extraterrestres em meteoritos que contêm o que precisamos (para chegar a uma explicação), mas, quando chegamos a questões como ‘como’ e ‘por que’, ninguém sabe”, afirma. [Depois de construir todo um castelo hipotético, dando a entender que, se obtivermos os elementos certos na proporção certa a vida “pipoca”, a cientista admite que é tudo especulação... – MB.]


Nota: É como se encontrassem um meteorito rico em silício e dissessem que ele foi responsável pelo surgimento dos computadores na Terra! Só porque o tal meteorito da Antártida contém hidrogênio e nitrogênio, também contidos no DNA, isso significa que a vida começou aqui graças à chegada desses meteoritos? Quer dizer que basta adicionar alguns elementos presentes nos seres vivos para se ter vida? A pesquisadora Sandra Pizzarello (que já garantiu seus minutos de fama e verba para pesquisas com a divulgação dessa notícia) diz que meteoritos podem ter fornecido à Terra quantidade suficiente de nitrogênio para fazer emergir a vida em seu estado primitivo. O que seria “vida em estado primitivo”? No mínimo, um ser dotado de informação complexa e específica para dirigir seu metabolismo; um ser com organelas complexas de cujo funcionamento perfeito dependesse para sobreviver; um ser capaz de se reproduzir a fim de dar início; etc. Não adianta tentar simplificar o mysterium tremendum da origem da vida usando de retórica. Especulação é especulação. Ponto.

[Michelson Borges]