A Influência do Testemunho Pessoal
Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como testemunho. Mateus 24:14
Pertencer ao povo de Deus é um grande privilégio. Olhar para a igreja e ver que ela tem passado, presente e futuro; que tem uma história, um desafio e uma esperança, realmente enche o coração de satisfação.
No presente nosso desafio é: cumprir a missão. Tarefa impossível do ponto de vista humano. Possível apenas quando nos entregamos à completa atuação do Espírito Santo em nossa vida. Apesar de todos os recursos de mídia e comunicação à nossa disposição, não nos esqueçamos da importância do testemunho pessoal.
O Dr. Jack Provonsha, da Universidade de Loma Linda, conta a história de três ervilhas em uma vagem. A história ilustra o ponto de equilíbrio entre a confiança e a humildade em nosso testemunho.
Durante muito tempo, as três ervilhas viveram sob a impressão de que o mundo era inteiramente verde. Mas, um dia, a vagem se abriu e as três ficaram extasiadas. “Que faremos?”, perguntaram. “Olha só, o chão é mais marrom do que verde!” Imediatamente, cada uma delas tomou uma posição diferente.
A primeira, que procurava desculpas para se desfazer da sua fé, se enterrou profundamente no solo, sujando-se o mais rápido que pôde. Não tinha certeza do valor do seu verde, e o cobriu imediatamente. A segunda ervilha disse: “Ih! O verde é melhor do que a sujeira do marrom!” E ao pronunciar essas palavras escorregou de novo para dentro da vagem, fechando-a com o máximo de firmeza possível. A terceira disse: “Estou contente em ser verde. Na verdade, creio que o mundo precisa de mais verde. Vou andar no meio do marrom e compartilhar o meu verde.”
Quais são as três atitudes que encontramos nessa alegoria? A postura da primeira ervilha era de um cristianismo dissimulado, esperando uma oportunidade para “cair fora” e abandonar sua identidade e valores. A segunda demonstrou acomodação e falta de compromisso: “Deixe que os outros façam.” E, finalmente, a terceira demonstrou equilíbrio entre a confiança e a humildade. Mostrou disposição de conviver, relacionar-se e debater com as pessoas que não veem as coisas como nós vemos; o desejo de ser “sal da terra” e “luz do mundo”.
Você pode orar: “Querido Deus, ensina-me a ser aquilo que Tu desejas que eu seja, aonde quer que eu for.”
A convicção interna de que aquilo em que você crê traz mudança em sua vida e pode mudar a vida de outros é importante no seu testemunho pessoal.
Pressão de grupo
Não acompanhe a maioria para fazer o mal. Êxodo 23:2
Charles Swindoll relata um estudo com adolescentes sobre a pressão de grupo. O método era simples: colocar grupos de dez adolescentes numa sala para um teste. Cada grupo foi instruído a levantar a mão quando o professor mostrasse a linha mais comprida em três diferentes cartazes. O que um deles no grupo de dez não sabia era que os outros nove tinham sido anteriormente instruídos a votar “sim” para a segunda linha mais comprida. Isso deveria fazer com que o décimo estudante fosse o único a votar corretamente pela linha mais comprida. Você imagina o que aconteceu? Vez após vez, esse décimo estudante dava uma olhadinha para ver como os outros nove estavam votando, franzia a testa e mudava de atitude, acompanhando o grupo. As instruções eram repetidas e o próximo cartaz era mostrado. O décimo candidato afirmava que a linha mais curta era a mais comprida porque lhe faltava coragem de desafiar o grupo. Essa atitude de conformidade ocorreu em 75% dos casos.
Antes de condenar esses adolescentes, seria bom refletir sobre quantos de nós nos conformamos com algumas coisas que sabemos não serem corretas.
Quem não conhece a pressão de grupo? Ela é comum e acontece com todos. Ela vem da mídia, dos amigos e colegas de trabalho. É aquele mecanismo de força emocional que os amigos usam para nos levar a fazer o que eles querem.
Ela pode ser tanto negativa quanto positiva. Positivamente, estudos mostram que os amigos são o grupo mais importante para levar seus pares a abandonar o cigarro, as drogas e a bebida. Também são eles que motivam outros a aceitar Cristo e a valorizar a vida espiritual.
Seu lado negativo é que a pressão de grupo leva a desafiar a autoridade, a incorrer em comportamentos de alto risco e a deixar de lado valores cristãos, etc.
Como você pode encarar a pressão do grupo? Deixe que as pessoas saibam que, mesmo que você goste delas, não pode participar de determinadas atividades.
Os grupos, principalmente de jovens, quando pressionam, são como tubarões: se percebem hesitação, partem para cima da presa. Por isso, sabendo para onde você vai e com quem vai se encontrar, decida com antecipação o que irá ou não fazer. Se sua atitude for: “vou esperar a situação para ver como é, e então eu decido”, as chances de ceder são maiores.
Com todo o cuidado que você tomar, ainda assim poderá enfrentar situações que vão requerer muita oração silenciosa, pedindo a Deus que lhe dê forças e sabedoria para fazer o que é certo.
Esperar no Senhor
Eis que Eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está firme e fundada; aquele que crer não se apresse. Isaías 28:16, ARC
Encontrei um relato de Henry Nouwen, ex-professor na Universidade de Notre Dame, que ilustra muito bem a ideia de que “aquele que crer não [deve se apressar]”. Nouwen tinha entre seus amigos alguns trapezistas que trabalhavam num circo. Eles contaram para ele que, na hora da apresentação, existe um relacionamento muito especial entre o que salta e o que agarra. O que agarra é o aparador, cuja função é servir de base para o companheiro. É o mais forte dos dois. O que salta, se chama volante, e se lança até os braços do aparador.
Como você pode imaginar, essa ligação é importante, especialmente para o que salta. Quando o volante está bem lá em cima, vem o momento de largar o trapézio. Ele dá uma volta no ar e seu trabalho é permanecer tranquilo, esperando as mãos fortes do aparador para pegá-lo no ar.
O artista disse para Nouwen: “O que salta, o volante, nunca deve tentar pegar o aparador. O que ele deve fazer é esperar em fé absoluta, sem se apressar. O aparador vai pegá-lo. Mas ele deve esperar.”
Pedir a algumas pessoas que esperem é pedir o mais difícil para elas. Algumas são compulsivamente apressadas. Quem já não chegou apressado ao posto de gasolina com todas as bombas ocupadas? Ou à fila do pedágio com o motorista da frente numa conversa animada com o atendente da cabine? Mesmo sendo desgastante, o que você precisa nessas situações é de paciência e tolerância.
Mas o “não se apresse” do texto inclui “não fique curioso, não corra, não entre em pânico, não se precipite”. Isso se enquadra bem nessas esperas do dia a dia. Mas e aquelas esperas que são mais sentidas do que vistas, e estão lá no fundo da alma e não são expressadas verbalmente? Elas requerem, além de paciência, uma atitude de confiança e de fé.
O casal que há anos está esperando o nascimento do primeiro filho; o solteiro esperando o casamento; a vaga prometida para o trabalho há mais de um ano; a terceira tentativa no vestibular de medicina...
Mas há um texto animador e cheio de esperança: “Aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Is 40:31). “Descanse no Senhor e aguarde por Ele com paciência” (Sl 37:7).
Crescendo na Graça
Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 2 Pedro 3:18
Nunca é tarde para aprender quando se trata de crescer na graça. No fim de sua segunda carta, as últimas palavras do idoso apóstolo Pedro para a igreja e seus leitores foram: “Cresçam, porém, na graça.” Crescimento que não está atrelado ao tempo como naturalmente está o crescimento físico. Não é automático. É um processo, uma jornada. Há uma vontade de conhecer melhor a Deus. Crescer toma tempo.
Trabalhando no interior do Rio Grande do Sul, encontrei-me certa vez com o pastor Roberto Rabelo, nos seus últimos anos de atividade. Alma grande, quando falava, deixava fluir a riqueza de sua experiência. Naquela noite de domingo, o auditório e o público não eram grandes, mas nem por isso ele deixou de servir um banquete em sua mensagem. No fim, contou a seguinte alegoria:
Um jardineiro tinha em seu jardim plantas e flores lindíssimas. No meio do roseiral de que cuidava, havia um espinheiro-bravo que dizia para si mesmo: “O que será que estou fazendo aqui neste lugar? Sou um espinheiro-bravo e estou tornando feio o jardim!” Mas um dia ele percebeu que o jardineiro-mestre se aproximou, fez um pequeno corte em seu caule e enxertou nele o talho de uma roseira. Pensou ele: “Será que ele não percebe que eu sou um espinheiro-bravo? O que será que ele está querendo fazer comigo?”
Conta a alegoria que logo depois que aquele talho tinha sido enxertado, floresceu uma roseira viçosa, bonita, cheia de vida, com flores bem maiores e bonitas que as demais rosas do roseiral. O jardineiro, sabendo do sentimento que estava começando a tomar conta do coração do espinheiro, disse: “A beleza não vem de ti, mas do que eu coloquei em ti.”
Que verdade tão bonita! Não devemos desanimar se ainda existem áreas espinhosas em nossa vida, nas quais nada floresce. Jesus nos encontrou e nos transformou, por isso, independentemente de onde tenhamos vindo ou de quem tenhamos sido, somente Ele pode tirar e fazer crescer de dentro de nós o mais belo que existe. É somente nEle que podemos crescer.
“Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade – tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora – permanecendo nEle – que devemos crescer na graça” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 69).
Entrevista com Nicodemos
Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo. João 3:3
Nicodemos era influente, rico, educado e membro da corte suprema. Como bom fariseu, era também de moral elevada e estava afeito às proibições rabínicas. Cumpria todas as normas e regulamentos sabáticos inventados pelos homens, inclusive o de que ele só poderia comer um ovo posto no sábado, se a galinha fosse morta depois (por ter transgredido o sábado!) – mas ele não sabia como chegar ao Céu.
Com a reputação teológica que tinha, decidiu conversar com Jesus à noite, para evitar ser visto. Afinal, poderiam pensar: “Como é que ele, com tantos títulos, doutorados e pós-doutorados iria conversar com alguém que não tinha nem graduação?” O outro motivo para o encontro noturno é que o assunto seria demorado e, durante o dia, cercado de pessoas, Jesus não lhe daria o tempo que precisava para dialogar.
O livro O Desejado de Todas as Nações (p. 168) menciona que Nicodemos foi testemunha ocular da expulsão dos vendedores e compradores no templo. Tinha observado como Jesus recebia os pobres e curava os enfermos, e não pôde duvidar de que Jesus de Nazaré era o Enviado de Deus.
Com tudo o que tinha à sua disposição, sendo líder devoto, diligente mestre da Lei, ainda assim sentia um vazio dentro de si.
Ao se encontrar com Jesus, não fez pergunta nenhuma, apenas elogiou. Mas o Mestre sabia o que tinha levado Nicodemos até ali. Ele percebeu o vazio dentro do coração de Nicodemos. Mesmo sem que o judeu Lhe fizesse pergunta, Jesus foi direto: “Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo.”
Assim, o assunto em questão com Nicodemos não era o conhecimento de uma vida correta. Ele tinha todas essas coisas, mas lhe faltava nascer de novo.
Como é que aquelas palavras ditas em uma noite há dois mil anos podem nos afetar hoje?
Mesmo que você tenha nascido em um lar cristão e sido educado na melhor das culturas, isso não será suficiente para torná-lo uma nova pessoa. Essas coisas podem ajudá-lo a ser uma pessoa de bem, mas somente Jesus vai fazer você nascer de novo. Não procure entender como, apenas aceite o fato de que Ele pode realizar esse milagre em você.
“A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma transformação da natureza. Ocorre a morte do eu e do pecado, e uma vida toda nova tem início. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito Santo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 172).
A Difícil Arte de Escutar
Portanto, considerem atentamente como vocês estão ouvindo. Lucas 8:18
Nada é mais agradável do que ter alguém que nos ouça com atenção nos momentos de aperto e indecisão e nos ajude a tomar o melhor caminho. Estou certo de que até mesmo por telefone já procuramos o conselho de alguém confiável e amigo.
Mesmo com a capacidade de distinguir entre 300 mil tons diferentes, e com a membrana do tímpano tendo flexibilidade para registrar desde a queda de um alfinete até o ronco de um jato, quanto ainda temos que aprender para dominar a difícil arte de ouvir outro ser humano!
Muitos dizem: “Ah, quem dera que alguém se importasse em me ouvir e acreditar em mim!” (Jó 31:35, A Bíblia Viva). São pessoas que precisam de um ombro amigo, de um ouvido acolhedor e procuram alguém confiável que as ouça e oriente.
Mesmo com a agenda de seu ministério sempre cheia, Jesus tirou tempo para ouvir Nicodemos, a samaritana, Zaqueu, os discípulos no caminho de Emaús e Pedro, depois da ressurreição. Ele mesmo repetiu algumas vezes a frase “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Não é necessária nenhuma profundidade acadêmica para mencionar como podemos tornar mais eficaz a maneira de ouvir e ajudar outros. Já conhecemos o assunto, mas vários motivos nos levam a ignorá-lo nos momentos em que precisamos parar para ouvir, especialmente quando nossa agenda está cheia.
Robert Montgomery, executivo e orientador de equipes de trabalho, relembra alguns sinais de um bom ouvinte: “Olha para mim enquanto estou falando, faz perguntas para esclarecer o que estou dizendo, não me apressa, não me interrompe, mantém-me no assunto até que eu tenha concluído meus pensamentos”, etc.
Como seguidores de Cristo, somos uma extensão de Seu ministério. Precisamos ouvir e dar tempo às pessoas para ver o que as está machucando e ferindo no seu dia a dia. E precisamos ouvir não apenas as palavras, mas também o que elas estão querendo dizer quando ficam em silêncio.
Mesmo que transtorne nossa agenda, nunca vamos avaliar corretamente o benefício que significará na vida de uma pessoa ter alguém para ouvi-la.
Se alguém hoje cruzar seu caminho querendo um conselho ou uma orientação, não se desobrigue da oportunidade de ouvir essa pessoa. Peça que seus ouvidos sejam tocados pela graça de Deus a fim de compreender e ajudar.
Confissão
Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. Tiago 5:16
Aqui está um dos exercícios mais difíceis e constrangedores da vida cristã: confessar seu erro a quem você ofendeu ou prejudicou. Requer boa dose de humildade, expor-se, confessar seu erro abertamente diante de outra pessoa, seja ela seu chefe, colega de trabalho, seu amigo ou sua mãe.
Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é reconhecer que errou. Palavras ferinas e ofensivas ditas no calor da discussão; mentiras intencionais; a ultrapassagem que resultou num pequeno e incômodo acidente; o passe errado que terminou em gol para o adversário; e poderíamos multiplicar exemplos.
Então, tentamos escapar dizendo: “Ela também tem culpa.” “Eu quis fazer o melhor.” “Eu tentei, mas já era tarde.” “Não era essa minha intenção.” Procuramos minimizar, encolher nossa falha. Não estrague sua confissão dizendo: “Senhor, se pequei... Mas foi ela que me provocou...” Falando assim, a confissão perde o valor e a esperança de restauração praticamente desaparece. A confissão esmaga nosso ego. É o reconhecimento de nossa pequenez, da nossa fragilidade, de que somos realmente humanos. Diga: “Olha só, Senhor, estraguei tudo! A culpa foi minha. Quero começar de novo.”
Para ilustrar, imagine o seguinte: suponha que seu pai um dia o tenha flagrado fazendo algo errado, como jogar uma pedra no carro. Dizer: “Sinto muito, papai”, na verdade não é confissão. Se você disser: “Por favor, papai, me perdoe”, também não há confissão. Você só terá confessado de fato quando disser: “Eu joguei a pedra no carro. Eu errei.”
Pedir perdão é uma coisa, confessar é outra. Para as duas coisas precisamos de humildade, mas para confessar precisamos subjugar nosso eu, nosso orgulho, nossa autossuficiência, nossa imagem de super-homem ou supermulher. A confissão tem que ser específica.
Se você, no fim do dia, perceber que mentiu, não diga: “Senhor, perdoa meus pecados.” Seja específico: “Senhor, não falei a verdade sobre o professor Fernando.” “Deixei de ajudar o Paulo.” O pródigo tomou a atitude correta: “Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi...” (Lc 15:18).
Experimentemos hoje esse processo purificador da graça de Deus por meio da confissão.
E Deus Criou a Mulher
Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher. Gênesis 2:22
Hoje é um dia comum da semana: terça-feira. Igualzinho a outro de 24 horas. O que torna este dia diferente é quem é o centro das atenções; é a importância da pessoa que todos nós amamos e valorizamos. Avó, mãe, esposa, filha, neta, irmã, todas elas fazem parte dessa teia de carinho familiar.
Nunca é demais repetir que a mulher foi criada para ter uma parte especial nos planos de Deus, logo no início de todas as coisas. O texto bíblico diz que Deus criou a mulher, e logo depois disso anunciou que o que fizera era “muito bom”. A avaliação do sexto dia começou com um “bom”, caiu para um “não é bom”, e logo a seguir Deus declarou que o que havia criado era “muito bom”. Se, num ambiente que se chamava paraíso, Deus percebeu que faltava alguma coisa, realmente devia ser muito importante. Esse foi o único dia em que Ele mudou Sua avaliação em relação ao trabalho que tinha feito. E a razão dessa virada fantástica está na criação da mulher. Sem Eva, o dia teria terminado com nota baixa. No entanto, depois de ter criado a mulher, a satisfação de Deus chegou ao nível mais alto. Para subir vários pontos num só dia, significa que Eva foi a criatura mais sofisticada que Deus criou, no padrão mais criativo do melhor designer do Universo.
É bom que a mulher continue sendo esse mistério, pois se nós, homens, pretendêssemos entendê-las completamente, possivelmente tentaríamos reinventá-las ao nosso gosto.
Será que a mulher precisa de uma data especial, quando seu dia são todos os dias? É verdade! Elas não têm folga. Todos os dias, todos os feriados, todas as horas, em todos os minutos, lá estão elas. Muitas delas são ao mesmo tempo pais e mães, donas de casa e professoras, profissionais liberais e empresárias, numa demonstração de autoconfiança e independência.
Já pensaram o que seria deste mundo sem a presença feminina? Seria uma base militar pintada em duas cores. Não existiriam arranjos florais, nem pequenos laços no penteado das meninas, nem vestidos rodados, nem mesas arrumadas, nem pratos artisticamente preparados e arrumados.
Como expressou um autor desconhecido: “De onde é que vem essa garra quase felina de lutar pela vida / De defender o que é seu, de espreitar e reagir? / De onde é que vem esse jeito tão puro que a faz intuir, adivinhar, / Abraçar o presente e sonhar com o futuro?”
Seja uma extensão do abraço de Deus para as mulheres neste dia.
Novas Cada Manhã
Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as Suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a Sua fidelidade! Lamentações 3:22, 23
Cada dia os desafios são diferentes. Lugares, circunstâncias, situações, pessoas ao redor de um evento, os recursos à nossa disposição também são diferentes. Por isso a Bíblia diz que as misericórdias do Senhor são novas cada manhã.
Quem sabe hoje vou precisar de uma porção maior de fé, paciência, sabedoria, disposição – diferente de ontem.
As bênçãos de Deus não chegam antes, nem chegam depois. Se você vai precisar de algo amanhã, Deus não vai lhe dar hoje. Elas não chegam adiantadas. Ele ensinou essa lição aos israelitas durante sua peregrinação no deserto. A provisão de Deus para eles era de acordo com sua necessidade e Ele a concedia manhã após manhã.
Todo o Seu sistema de atendimento está trabalhando em período integral, sem parar. Não há um momento em que Ele seja menos protetor, menos poderoso e menos Pai. Deus é cem por cento Deus, cem por cento do tempo. Quando pensamos nas promessas que Ele fez, o coração se enche de confiança ao entender que Ele vai cumprir cada uma delas.
Como seria acordar todas as manhãs e saber que o tanque do seu carro está cheio de gasolina, a geladeira cheia de comida, e você cheio de saúde e vida? Tudo fresquinho, tinindo, novinho mesmo, funcionando a todo vapor! Quem sabe em algum momento a fidelidade de Deus vai se demonstrar não em Sua provisão, mas em Sua presença conosco. Posso estar demandando de Deus que Ele conserte, que cure ou aja, mas em Sua fidelidade Ele escolhe estar ao meu lado.
Thomas Chrisholm nasceu num lar humilde no estado de Kentucky. Mesmo sem o benefício de uma educação acadêmica formal, recebeu treinamento e terminou seus estudos para o Ministério, sendo ordenado como pastor metodista. Serviu fielmente à sua igreja, mas em 1916 foi dispensado do trabalho, porque tinha problemas de saúde e sua voz não era boa o bastante. Para sobreviver, teve que começar a vender vassouras e produtos de limpeza todos os dias, de porta em porta, pelas estradas e caminhos. Com essa experiência, compôs o seguinte poema em 1923: “Tu és fiel Senhor, [...] Teus filhos sabem que não falharás! / Nunca mudaste, Tu nunca faltaste, / Tal como eras, sim, sempre serás” (Hinário Adventista, nº 35).
O amor leal e constante de Deus nunca vai se esgotar. Suas misericórdias são renovadas cada manhã.
Mapa ou Companhia?
Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: “Este é o caminho; siga-o.” Isaías 30:21
O verso acima parece estar falando de pessoas com grande sentido de intuição, e você deve conhecer algumas delas. Parece que são dotadas de uma bússola interior. Diante de alternativas, caminhos, tendências, não precisam de radar nem GPS e podem perceber qual é o melhor caminho a tomar.
Há circunstâncias na vida em que nos sentimos pressionados a tomar uma decisão. Medimos os prós e contras, aconselhamo-nos com nossos amigos, pedimos que orem para que Deus nos oriente, mas a dica que nós queremos não aparece.
Não seria realmente fantástico se, diante de uma decisão, na encruzilhada, na dúvida, pressionados para escolher o melhor caminho, escutássemos uma voz indicando o rumo certo?
Era mais ou menos isso que Paulo tinha em mente quando, em Romanos 8:14, disse: “Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” Não é empurrar, levar, mas mostrar, “guiar gentilmente”, como a mãe faz com os filhos e os professores com os alunos. Ou como um guia turístico que conhece a região e sabe o que vai ser mais interessante e enriquecedor para os turistas, levando-os aonde tem certeza de que ficarão satisfeitos.
Quando quero tomar tudo em minhas mãos, pretendendo saber o caminho, recusando dicas, alegando experiência e dispensando a companhia de alguém, é então que preciso escutar esta voz: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará” (Jo 16:13, ARA). Outra versão diz: “Ele vos tomará pela mão e vos guiará” (The Message). Que bonita promessa!
Seria mais ou menos assim: você vai viajar de São Paulo para o Centro Universitário Adventista (Unasp), campus Engenheiro Coelho. Posso traçar um mapa mencionando as diversas saídas, onde pegar a Rodovia dos Bandeirantes ou a Anhanguera, desenhando detalhadamente onde você deve entrar, etc. A chegada dependerá inteiramente de você, de seu modo de interpretar e seguir o mapa.
A outra opção seria dizer: “Eu vou com você. Você pode não saber como chegar, mas minha presença vai lhe dar mais segurança e confiança.”
Ele está à nossa disposição hoje. Não viajamos sozinhos. Jesus prometeu: “Ele [o Espírito Santo] vos guiará.” É preciso apenas nos entregar em Suas mãos para que tomemos o melhor caminho.
O Homem da Segunda Chance
Barnabé queria levar João, também chamado Marcos. Mas Paulo não achava prudente levá-lo, pois ele, abandonando-os na Panfília, não permanecera com eles no trabalho. Atos 15:37, 38
O episódio começa com uma resolução na mente de Paulo: “Vamos voltar e visitar as igrejas onde pregamos, para ver como estão.” Teve início uma discussão que não se tratava de um estudo de doutrinas, nem de um debate de opiniões. O motivo da contenda era Marcos, sobrinho de Barnabé, que numa viagem anterior abandonara Paulo no meio do itinerário.
Paulo argumentou: “Nossa missão é muito importante. Há questões vitais em jogo.” Como aparecem palavras bonitas para justificar o que se quer fazer. “Não há lugar para jovens que só querem turismo. Marcos é um desertor. Está desqualificado.” As palavras foram se tornando mais cortantes e ferinas, e Paulo concluiu: “Marcos não irá comigo!”
Ambos estavam convictos de que estavam discutindo pelo que era certo. O conflito foi inevitável.
Quem era Barnabé? Seu nome significa “encorajador” (At 4:36). Era um homem voltado para as pessoas, interessava-se por elas. Confiava nelas e percebia seu potencial. Tinha uma habilidade incomum de incentivar, de fazer os outros crescerem. Sabia dizer-lhes quando estavam indo bem e quando precisavam de um esforço maior. Não apenas era um bom líder, com nível elevado de inteligência emocional, mas um bom amigo. Era do time daqueles que creem ser sábio dar uma segunda chance a todos. Foi ele quem promoveu a aceitação de Saulo de Tarso na comunidade cristã.
Paulo, por sua vez, era pragmático, orientado ao trabalho. Era aquele que queria ver a tarefa cumprida. Estabelecia metas, lutava pela eficiência; não se preocupava com aquilo que fosse arriscado. Para ele, o fator humano vinha em segundo lugar e as pessoas gostarem ou não, era secundário. “Se é para atrapalhar, não joga no meu time. Quero resultados, não intenções.”
As pessoas devem estar no topo de nossas prioridades. Devemos servir-lhes de trampolim.
Quantos Marcos teremos em nossas mãos. Pessoas instáveis, imaturas, a quem lhes falta um empurrão para entrar no ritmo de uma vida útil.
Dizer “sim” para a graça de Deus significa conceder a outros uma segunda oportunidade. Deus mesmo é o campeão da segunda, terceira e da décima chance. Ele deu nova oportunidade para Davi, Pedro, Maria Madalena, e até para Paulo.
Graça e Crescimento Cristão
Assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nEle. Colossenses 2:6
A graça tem poder justificador quando Deus nos declara justos, e poder santificador quando nos ajuda a nos tornar cada vez mais semelhantes a Jesus. Assim, a graça não apenas nos ajuda a mudar de direção e a renunciar ao mal, mas também a viver vitoriosamente. Não precisamos ter medo da palavra santificação. Simplesmente podemos substituí-la por crescimento em Cristo e estará tudo bem.
Quando nasce uma criança, não recebemos a notícia por meio de um cartãozinho anunciando que o senhor e a senhora Santos comunicam o nascimento de um engenheiro, médico, publicitário, etc. O que ele vai ser no futuro dependerá do preparo, da educação e da orientação que vai receber e seguir.
Pedro menciona uma escada de crescimento; virtudes que devemos desenvolver. Tendo em vista a volta de Jesus, mantenha-se crescendo; não pare! “Empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor” (2Pe 1:5-7).
Não é uma questão de ganhar ou comprar o Céu pela santificação. Quando você coloca essa escada como alvo em sua vida, torna-se cada vez mais semelhante a Jesus. Ele também nos mostra como podemos crescer.
Em primeiro lugar, o crescimento cristão está relacionado ao poder de Deus. O próprio apóstolo diz: “Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos” (2Pe 1:3). Esse poder é aplicado no dia a dia. “Pois é Deus quem efetua em [nós] tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dEle” (Fp 2:13). Deus vai fazer tudo para minha salvação, menos minha parte.
Além do poder divino, existe ainda o empenho humano: “Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês” (2Pe 1:10).
Existe o poder divino e existe o empenho humano. Será que isso não é contradição? Deus faz o trigo crescer, mas o fazendeiro tem que plantar.
O poder de Deus e o empenho humano não são incompatíveis.
Isso não significa que a salvação seja um esforço conjunto. A salvação é um ato cem por cento de Deus. Digo: “Agora, Senhor, que fui salvo, como posso demonstrar meu agradecimento?” Vá a Deus e pergunte: “Senhor, o que devo fazer? Mostra-me Tua vontade. Dá-me a ideia do que devo ou não fazer para crescer na graça.”
Os cristãos fazem coisas que os não cristãos não fazem porque Deus opera na vida deles. Paulo dizia: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4:13).
Vasilhas Vazias
Quando todas as vasilhas estavam cheias, ela disse a um dos filhos: “Traga-me mais uma.” Mas ele respondeu: “Já acabaram.” Então o azeite parou de correr. 2 Reis 4:6
Essa é uma bonita história de como Deus Se satisfaz preenchendo o vazio e suprindo nossas necessidades. É a história da mãe de dois filhos adolescentes que tinha perdido o esposo. Tudo o que ela possuía eram dívidas (problema de muitos hoje) e uma vasilha de azeite. Havia estourado o limite do cheque especial. O cartão de crédito que fora do esposo estava bloqueado e o credor tinha esgotado a paciência. Por isso, os filhos seriam vendidos para que a dívida fosse paga.
Ela se dirigiu ao homem de Deus, que depois de escutá-la disse: “Junte todas as vasilhas que você tem em casa. Todos os jogos de tupperware, vasilhas grandes e pequenas. Peça também às suas vizinhas vasilhas emprestadas. Muitas.”
No Oriente Médio, como os judeus não usavam gordura animal, o azeite de oliva era uma necessidade. Era usado não somente para preparar o alimento, mas também para acender lâmpadas, para ungir, curar, combater a ferrugem, em cosméticos, para tornar o couro mais flexível, etc. Tinha muito mais valor comercial do que tem hoje em dia. Com a venda daquele azeite, sem dúvida, a situação da mulher iria melhorar.
E ela foi. Começou pedindo às vizinhas vasilhas grandes e pequenas; redondas ou de qualquer outro formato; artesanalmente pintadas ou sem acabamento. Todas com uma característica em comum: vazias.
Estar vazio significa ter percepção de suas necessidades. Quem sabe você se sente desmotivado pelo trabalho que antes era atraente; porém, agora é entediante. Sente que alguma coisa está faltando em sua vida. Sente que seus recursos interiores estão esgotados, exauridos, zerados. Reconheçamos ou não, nossa grande necessidade é de Jesus. Sem a presença dEle, nossas redes estarão vazias, os pães e os peixes não se multiplicarão, a sede não desaparecerá e as talhas de vinho permanecerão vazias.
Que vazio você quer levar hoje para Jesus? A riqueza de Sua graça vai suprir todas as nossas necessidades. Você pode levar-Lhe suas vasilhas vazias, as redes sem peixes, as talhas sem vinho, e tornar este o dia da grande pesca, do cântaro transbordante e do azeite que não acaba. A promessa é: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as Suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Fp 4:19).
Aproveite o dia
Aproveitem ao máximo todas as oportunidades. Colossenses 4:5
“O meu Deus é o Deus do impossível” é um hino cantado por grupos e solistas. E se eu dissesse que Deus é o Deus do incomum e o Deus das oportunidades? Claro que você também concordaria. Devemos discernir as oportunidades e usá-las conforme a indicação de Deus. Podemos dizer também que as oportunidades são muitas vezes respostas de Deus aos nossos desejos.
No filme Sociedade dos Poetas Mortos, Robin Williams, no papel principal, confronta um grupo de alunos difíceis. Alguns eram rudes, preguiçosos; outros foram rejeitados pela família. Porém, como professor, ele não queria desistir dos alunos. Assim, vestia-se de maneira informal, organizava jogos, contava histórias e dramatizava poemas.
Pouco a pouco, os alunos começaram a responder positivamente. Diante da tensão palpável do primeiro dia de aula, em uma escola conservadora e exigente, sussurrou-lhes ao ouvido: “Carpe diem”, expressão latina para “aproveite o dia”. Isso deixou os alunos abismados.
Carpe diem – aproveite o dia! Aproveite a oportunidade! Vá em frente! Amplie seus horizontes! Sempre haverá um ponto mais alto. Agarre as oportunidades. Colha delas os melhores frutos. Quem vive o carpe diem jamais dirá: “Chega, não vale a pena tentar. Estou no fundo do poço. Não tenho mais dinheiro. Era minha última oportunidade.”
Teoricamente, não existe risco zero nas oportunidades. Não deixe que se vá a oportunidade de tirar o melhor dela.
Por isso, uma boa frase que podemos usar quando estivermos diante de mudanças difíceis é: “Estou encarando um desafio”, em lugar de: “Estou enfrentando um problema.”
Precisamos centralizar nosso foco nos recursos que temos, não naquilo que não temos. Carpe diem representa um convite para viver a vida na extensão de sua utilidade.
Pergunte às pessoas o que elas querem fazer de sua vida. Todos desejam uma vida cheia de oportunidades. Mesmo assim, com esse desejo sempre diante de nós, às vezes, compromissos, distrações e obstáculos impedem que, no fim do dia, nos sintamos realizados pelo que conseguimos fazer.
Deus quer que aproveitemos as oportunidades que aparecem em nosso caminho. Isso significa que o ontem já foi, e enquanto o amanhã não vem, aproveite o dia. Viva um estilo de vida carpe diem, aproveitando cada oportunidade.
O Jugo do Perfeccionismo
Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio? Gálatas 3:3
A ocasião era a cerimônia de abertura de um campori de desbravadores no Estado do Paraná. Como em todos os camporis, esse é o momento que se caracteriza pelo seu brilho e pompa. Bandeiras, cores, uniformes impecáveis, etc.
Logo depois da abertura, numa rápida caminhada pela área do acampamento, passei por um clube que tinha uma excelente fanfarra. Percebi um clima de frustração; algumas garotas até mesmo choravam. Quis saber o que tinha acontecido e uma delas explicou: “É que a garota que comandava a mudança de toque errou, e todos nós erramos.” Perguntei: “Quem é que sabe que vocês erraram?” “Ninguém. Somente o nosso clube.”
Que coisa impressionante! Por que é que julgamos a nós mesmos pelos nossos piores momentos e não pelos melhores? Vemos mais o que erramos do que o que acertamos. Nas avaliações escolares, lamentamos os oito pontos que perdemos em lugar de ficar contentes com os noventa e dois que ganhamos.
Quando igualamos engano a fracasso, como foi o caso do clube mencionado, estamos impondo a nós mesmos um jugo muito severo. Estamos caindo numa das armadilhas do perfeccionismo, que é medir nosso valor em termos de desempenho. Os perfeccionistas nunca estão contentes com seu desempenho porque estabelecem expectativas altas demais: Devo ser o melhor da minha classe. Devo ser o melhor jogador do meu time. Não posso desapontar ninguém. Devo me sair bem em qualquer coisa que eu empreender. A ênfase é “eu devo”, “eu preciso”, “eu tenho que”.
Por que não dar uma margem de erro para aquilo que queremos fazer? Por que não estabelecer alvos plausíveis e depois crescer pouco a pouco?
Foi isso que Paulo disse aos Filipenses: “Não pretendo dizer que eu seja perfeito. Até agora ainda não aprendi tudo quanto devia, mas continuo trabalhando para aquele dia, quando finalmente eu serei tudo aquilo para que Cristo me salvou e Ele quer que eu seja. Não, caros irmãos, não sou ainda tudo quanto deveria ser, porém estou concentrando todas as minhas energias para insistir nesta única coisa: esquecendo o passado e aguardando esperançoso aquilo que está à frente, esforço-me para chegar ao fim da corrida e receber o prêmio para o qual Deus está nos chamando ao Céu, em virtude do que Cristo Jesus fez por nós” (Fp 3:12-14, A Bíblia Viva).
A Dádiva da Amizade
O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade. Provérbios 17:17
Nós os conhecemos muito bem. Entram numa roda e puxam conversa, cumprimentam, soltam piadas. Brincam com os outros. E logo estão num grupo rodeado de amigos. O que faz aquele que conquista amigos? Que qualidades ou virtudes surgem em sua mente quando você ouve a palavra “amigo”? Aqui estão algumas ideias que podem demonstrar um grau de amizade:
Seja amigo. Diga “Oi, bom-dia, tudo bem?” Mostre interesse naquilo que a pessoa está fazendo. Torne-se disponível para ajudar no que for preciso.
Seja o primeiro a sorrir. Não espere que o outro sorria primeiro. Mostre um sorriso genuíno, espontâneo, sincero, que venha de dentro do coração. Quando você sorri, está dizendo para o outro: “Venho na qualidade de amigo.” Mesmo que esteja sem jeito de dizer alguma coisa no grupo, sorria.
Faça perguntas e espere respostas. Demonstre que está interessado e comente aquilo que a outra pessoa falou. Ao escutar, você está dizendo: “Eu aceito você e valorizo sua opinião.”
Diga uma palavra de apreciação, um elogio. As pessoas gostam de elogios sinceros. Por que não deixar que seu amigo saiba dos talentos e virtudes que ele tem? Descubra alguma coisa boa para dizer para seu amigo e diga: “Você está com uma camisa bonita!” “Mudou de penteado, hein?” “Que jogada de craque aquela que você fez!” Jesus foi especialista nisso. Ele falou para a mulher samaritana: “Você falou a verdade.” Da mulher que O ungiu, Ele disse: “Ela fez o que pôde.” Quantas vezes uma palavra de apreciação nos tirou do fundo do poço.
Dê liberdade aos seus amigos. Não procure controlá-los. Não seja ciumento nem possessivo. Eles precisam de tempo para os seus hobbies, para os estudos, e para ficar sozinhos.
Torne tangível sua amizade. Um bilhetinho, uma carta, emprestar um livro de que você gostou, um e-mail quando estiver de férias e, no aniversário dele, um cartão – todas essas coisas, em maior ou menor grau, vão dizer: “Gosto de você.”
E, por último, o amigo de verdade ora por seus amigos. Você conhece o potencial e a limitação deles. Conhece as decisões que eles têm que tomar e os desafios que têm pela frente. Peça a Deus que ajude seus amigos a realizar os sonhos deles.
Hoje, ao cruzar com um amigo, demonstre de alguma forma que você o aprecia. Para o vizinho, na sala de aula, entre amigos no trabalho, demonstre uma amizade que venha do coração.
O Samaritano Bom
Ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Lucas 10:29
O diálogo, em verdade, começou com outra pergunta: “O que preciso fazer para herdar a vida eterna?” (v. 25). E, em resposta ao texto de hoje, Jesus relatou a história do bom samaritano.
Aquele pedaço de estrada entre Jericó e Jerusalém podia ser comparado ao trânsito em ruas estreitas de um local perigoso. Um homem é assaltado e quem aparece? Ora, ora... um sacerdote! Era de se esperar que ele ajudasse a vítima ferida. Mas qual foi a reação? “Ih! Estou atrasado. Logo hoje que vou dirigir o culto... Não vai dar para ajudar.” E na ponta do pé seguiu caminho e passou o mais longe possível.
Apareceu outro. Dessa vez foi um levita, auxiliar do sacerdote. Quando chegou mais perto, percebeu o que tinha acontecido: “Que pena! Ele deve ser socorrido. Mas eu não sou médico e não me sinto muito bem quando vejo sangue. É melhor eu ir embora.”
Aparece então um samaritano. Apesar de não encontrarmos na Bíblia as palavras “bom” e “samaritano” juntas, o conceito de bom samaritano é difundido em todos os lugares, quando se fala de ajuda e socorro. Clínicas, hospitais, asilos, corporações de ajuda comunitária e outras instituições usam esse nome.
Jesus pediu ao doutor da lei que avaliasse o que tinha ouvido. “Qual desses foi o próximo?”
Na parábola, Jesus estava dizendo: “Mude seu coração”, “Mostre compaixão”, “Ajude a quem precisa”, “Seja uma extensão do abraço de Deus para os outros.”
Permeando e entremeando todo o relato da parábola do bom samaritano está o conceito de graça, colocado por Stuart Tyner da seguinte maneira: “Graça é o bom samaritano que não conhece limites geográficos nem preconceito cultural, mas que resgata e cura porque nossa necessidade real é urgente. Graça é a bandagem que cobre nossas feridas quando elas não param de sangrar. Graça é o óleo e o vinho que curam a dor quando não podemos atenuá-la. Graça é o burrinho que nos leva para o lugar onde devemos ser curados, onde não podemos ir por nós mesmos. Graça é dinheiro que paga as despesas quando não temos o mínimo em nosso bolso.”
Demonstre o mesmo carinho que Jesus, com Sua graça, demonstrou por você.
Deus Se Importa com meu Sábado?
Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação. Gênesis 2:3
O período é igual ao de qualquer outro dia: 24 horas. Mas, de maneira intrínseca e peculiar, esse é um dia diferente de qualquer outro. O que posso fazer para enriquecer minha experiência espiritual e tornar cada dia de sábado uma bênção para minha vida?
Gratidão. Com a agenda cheia e a vida corrida, nem percebemos quantas bênçãos recebemos de Deus durante a semana. O sábado nos permite desfrutar esse tempo. Ao recapitular os fatos da semana, encontraremos inúmeros motivos para ser gratos a Deus. O sábado ajuda a pensar naquilo que recebemos, e não no que faltou; ajuda a nos livrar da ideia de que não temos o suficiente.
Tempo para reflexão e adoração. No sábado, nosso relacionamento com Deus pode ser aprofundado, especialmente nos momentos de adoração e confraternização. O relacionamento é construído e fortalecido naquilo que chamamos tempo. Tempo exclusivo e sem interrupções para ir à igreja participar da adoração e encontrar os amigos.
Disposição para nos aquietar. Se estivéssemos presentes naquela sexta-feira da semana da criação, depois de tudo pronto, ouviríamos Deus dizendo: “Observe, ouça, adore. Medite sobre aquilo que fiz e criei.”
Deus quer que, por 24 horas, coloquemos de lado nossos assuntos e preocupações e demos a Ele uma oportunidade de nos abraçar.
O caráter distintivo do sábado é apresentado em quatro verbos: “Deus terminou Sua obra. Ele descansou. Ele abençoou e santificou.” Na raiz da palavra Shabbath (sábado, em hebraico), está implícito o significado de parar, cessar, descansar, fazer uma pausa. O sábado nos predispõe a uma atitude de paz e de tranquilidade.
Convite para restaurar. O sábado está entre as mais sublimes prioridades de Deus. Ele colocou o sábado na lista de coisas que tinham sido danificadas pelo pecado. O profeta Isaías diz: “Se você tratar o sábado como sagrado e não procurar seus interesses naquele dia; se você valorizar Meu dia santo, e o honrar não viajando, trabalhando ou conversando coisas inúteis, então naquele dia você achará a alegria que vem por Me servir” (Is 58:13, 14, Good News Translation).
Memórias Dolorosas
Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Salmo 51:3
A memória é boa amiga e motivo de alegria algumas vezes. Ela nos faz lembrar os nomes das pessoas com as quais nos reencontramos. Na hora da prova, nos ajuda com fórmulas, equações, datas e detalhes que levam à resposta correta. Por outro lado, ela traz à tona coisas de que não gostamos da nossa vida passada. Acontecimentos sobrecarregados de emoções negativas.
Se estivesse em nosso poder voltar ao passado, naquele lugar, naquelas circunstâncias e com aquela pessoa, reescreveríamos aquele momento de nossa existência. Converse com psicólogos, psiquiatras, pastores e capelães de presídio e eles vão contar de quanta gente que não consegue se esquecer do mal que fez.
Certa vez, recebi um envelope e como remetente havia apenas duas iniciais. A carta dizia: “Já cometi dois abortos e não consegui me esquecer do que fiz. Todas as vezes que passo na frente de alguma escola e vejo crianças brincando, imagino que uma delas podia ser uma das crianças que eu abortei. Não consigo perdoar a mim mesma.”
Agora você pode entender por que a indústria de tranquilizantes é uma das mais prósperas, com comprimidos que indicam até dentro de quanto tempo você vai dormir.
Davi admitiu sua culpa. Disse: “Errei.” Nada de negar ou oferecer uma explicação. Nada de minimizar o erro ou reduzi-lo ao menor tamanho possível, como fazemos com o pãozinho que está em nossa mão, apertando-o. Ele simplesmente confessou. Quando você admite que errou, tem meio caminho andado para resolver o problema. Está admitindo a orientação de Deus em sua vida.
Davi finalmente orou: “Generosíssimo em amor – Senhor, concede-me graça! Imenso em misericórdia – limpa minha ficha suja. Minha culpa, esfrega-a bem, lava meus pecados em Tua lavanderia. Eu sei o quanto tenho sido perverso; meus pecados não tiram os olhos de mim! [...] Lava-me em Tua lavanderia e eu sairei limpo. Limpa-me, e eu terei uma vida branca como a neve. Afina meu cântico de júbilo, colocando para dançar meus ossos outrora quebrados. Não olhes muito de perto para as minhas deformidades, dá-me o Teu atestado de saúde. Deus, faze um novo começo em mim, organiza uma semana de gênesis no caos de minha vida. Não deixes de inspirar Tua santidade em mim. Traze-me de volta do exílio sombrio, sopra um vento novo em minhas velas! (Sl 51:1-3, 7-12, The Message).
Corramos para Deus e recebamos a graça do Seu perdão!
A Verdade Sobre a Mentira
Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo. Efésios 4:25
Começavam nas lojas dos Estados Unidos os lançamentos de primavera. Quatro garotas alunas de um colégio chegaram atrasadas porque decidiram que, antes das aulas, passariam pelo shopping para ver as novidades. Por isso, perderam uma prova que tinha sido dada nos primeiros períodos da manhã. As meninas foram falar com a professora, pedindo que ela fosse gentil e lhes permitisse a realização da prova.
Argumento: “Professora, o pneu furou. Não havia socorro por perto e não deu para chegar antes. Eu sei que a senhora entende. Podemos fazer a prova? Por favor, prô, a senhora é boazinha! Sem problemas?” A professora admitiu e disse: “Sentem-se cada uma num canto da sala. A prova de vocês vai ter apenas uma pergunta: Qual pneu furou: dianteiro ou traseiro, e de que lado?”
Quantas vezes nos colocamos em encrencas porque não tivemos a coragem de ser honestos e de falar a verdade? Esse é um assunto ao qual devemos dedicar vigilância e cuidado porque a mentira tem sua esfera de atuação não apenas naquilo que falamos. Dessa forma, qualquer coisa que eu disser ou fizer com a intenção de enganar, é mentira. Sem perceber, podemos passar uma ideia ou dar uma impressão que não seja a verdadeira.
Por que não podemos mentir uma ou outra vez para evitar uma situação embaraçosa, se não vamos prejudicar ninguém, e não há perigo de que a mentira seja descoberta? Quantos nomes usamos para justificar a falsidade? Mentira branca, meia verdade, mentira social, etc.
Assim, há filhos que mentem para seus pais. Há esposos que mentem para as esposas e vice-versa. Há outros que mentem para os vizinhos e colegas de trabalho. E na vida pública existem aqueles que mentem diante das câmeras de televisão, sem gaguejar nem enrubescer.
A mentira pode tomar sutilmente várias formas: fazer citações deturpadas, tirando palavras e frases do contexto; fazer generalizações exageradas de pessoas ou situações; etc. Ellen White complementa: “A intenção de enganar é o que constitui falsidade. Por um relance de olhos, por um movimento da mão, uma expressão do rosto, pode-se dizer falsidade tão eficazmente como por palavras” (Patriarcas e Profetas, p. 309)
Seja nossa oração hoje: “Que tudo aquilo que eu falar e pensar seja agradável a Ti, ó Senhor, minha rocha e redentor” (Sl 19:14, The New English Bible).
A Palavra Preferida de Deus
O Espírito e a noiva dizem: “Vem!” E todo aquele que ouvir diga: “Vem!” Quem tiver sede venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida. Apocalipse 22:17
De acordo com filólogos e gramáticos, a língua portuguesa tem aproximadamente 300 mil verbetes. Como Deus não está limitado a regras de semântica ou gramática, em Seu infinito vocabulário, qual seria a palavra favorita dEle?
Sempre que a pronunciamos, essa palavra demonstra o interesse pelo bem-estar das pessoas, o desejo de ter sua companhia. Nós a dirigimos a quem duvida do nosso amor e acolhimento. É a palavra que Deus usa para aqueles que se recolhem em si mesmos com medo dEle.
Essa palavra se repete três vezes no texto de hoje. Está apropriadamente inserida na conclusão do último livro; no último convite da Bíblia. É a palavra “vem”.
Parece que Deus, no fim de tudo, antes de fechar o último texto e tudo o que os escritores da Bíblia tinham falado, disse a João: “Vamos abrir parênteses. Deixe-Me fazer um novo convite. Vamos dar mais uma chance para que decidam. Ainda há muitos indecisos. Deixe-Me insistir. Por isso, o Espírito e a noiva dizem: ‘Vem!’ E todo aquele que ouve diga: ‘Vem!’ Quem tiver sede, venha.”
Essa era a palavra que estava constantemente nos lábios de Jesus: “Venham a Mim todos os que estão cansados e sobrecarregados” (Mt 11:28). “Venham, benditos de Meu Pai!” (Mt 25:34). Mas, apesar dessa insistência, Ele diz: “Quem quiser.” Não “quem entende”, “quem pode” ou “quem é digno”. Simplesmente quem quiser.
No dia do funeral de Janete, Ted Kidd, o esposo, contou como haviam se conhecido. Ele tinha terminado antes que ela os estudos na faculdade e trabalhava numa cidade a centenas de quilômetros dali. Pareciam estar sempre em diferentes cidades, mesmo assim, já namoravam havia sete anos. Em cada Dia dos Namorados, Ted propunha o noivado, mas Janete dizia: “Não, ainda não.”
Finalmente, ambos foram morar em Dallas. Ted estava no limite de sua paciência. Comprou um anel de noivado e convidou-a para jantar. Estava preparado para insistir na proposta. Outro “não” significaria que ele teria que decidir viver sem ela. Depois da sobremesa seria a hora. Reuniu toda a sua coragem, mas sabendo que Janete havia levado um presente para ele, decidiu esperar.
“O que você trouxe?”, perguntou ele. Janete colocou nas mãos dele uma pequena caixa do tamanho de um livro. Ele abriu a caixa e desdobrou cuidadosamente o papel de seda. Dentro havia uma peça de bordado que Janete havia feito, com uma simples inscrição: “Sim.”
Essa é a palavra que Deus anseia ouvir de cada um de nós.
Abre os Olhos do meu Coração
Mais uma vez Jesus colocou as mãos sobre os olhos do homem. [...] Ele passou a ver as pessoas como Jesus as via. Marcos 8:25, The Companion Bible
Se você tivesse que escolher um grupo de alunos com os quais realizar uma grande tarefa, e tivesse que ensinar-lhes desde o básico, escolheria alunos com as características dos discípulos? Eles tinham sua própria lista de bem-aventuranças, e ela não incluía as bem-aventuranças de Jesus.
O Mestre olhou para as futuras possibilidades de João, Pedro, Tomé, entre outros, e não para as qualificações presentes daqueles homens simples. Como professor por excelência, Ele podia amar as pessoas não meramente pelo que eram, mas por aquilo que podiam se tornar.
Um professor experiente deu uma tarefa para um grupo de jovens estudantes: sair e encontrar ao lado do caminho, ou de alguma estrada solitária, uma flor desconhecida. Pediu-lhes que a estudassem demoradamente. “Peguem uma lupa e estudem as delicadas veias nas folhas. Observem as tonalidades. Olhem de outro ângulo, observem a simetria. E, lembrem-se, essa flor poderia continuar sem ter sido notada se você não a tivesse encontrado.”
Quando a classe voltou, depois da tarefa, o professor comentou: “As pessoas são assim. Cada uma delas é diferente e tem seu jeito peculiar. Mas você tem que lhes dedicar algum tempo, para que cheguem a saber disso. Muitas pessoas continuam sem ser notadas e apreciadas porque ninguém gasta tempo com elas, nem admira suas particularidades.”
Os pais podem despertar qualidades nos filhos. Os professores podem abrir janelas para os alunos. Um chefe de seção pode descortinar aos empregados um mundo de conquistas. Alunos veteranos podem dar apoio aos calouros para que se ambientem rapidamente.
Tanto na escola como no trabalho, há pessoas que chegam como se fossem botões fechados, com medo de se abrir e se expor. O calor humano e a simpatia farão com que se abram e mostrem sua beleza interior.
De Jesus é dito: “Em cada ser humano, Ele divisava infinitas possibilidades. Via os homens como poderiam ser, transfigurados pela Sua graça. [...] Olhando para eles com esperança, inspirava-lhes esperança. Encontrando-os com confiança, inspirava-lhes confiança” (Ellen G. White, Educação, p. 80).
Encarando o Juízo com Confiança
Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança [...] No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo. 1 João 4:17, 18
Quantas vezes durante a realização de um exame ou prova, um concurso público, apresentação de trabalho de conclusão de curso, você demonstrou sua confiança, dizendo: “Passei, estou dentro”?
Sem dúvida, ainda é vívido em nossa memória o clima de medo e ansiedade que cercava algumas matérias da escola. Íamos para as provas e exames apreensivos e em silêncio. Nelas, somente bons alunos é que conseguiam boas notas. A maioria tinha que se contentar com uma nota “no limite” para não ser reprovada. Quando não era a matéria, era o medo do professor que tinha a fama de ser detalhista e exigente. Todos esses elementos, isoladamente ou em conjunto, criavam na classe um clima de “dia do juízo”.
É verdade que o juízo final também é um exame. Apesar de a Bíblia falar da solenidade e importância do juízo, o apóstolo João diz que não temos nada a temer. Vamos nos aproximar com plena confiança no dia do juízo (1Jo 4:17). “Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dEle” (Jo 3:17).
Podemos lembrar o tom meticuloso de alguns pregadores que, na ânsia de demonstrar conhecimento detalhado sobre o processo do Juízo, diziam: “Cuidado! Confesse todos os seus pecados. Todos!” E aí eu ficava remexendo e abrindo lembranças que já havia enterrado, só para ver se as tinha confessado: “Ah! Esse aqui eu já confessei. Esse aqui também. Esse aqui... Puxa, até que era bom, mas eu também já confessei...”
“Porque se você se esquecer só de um, poderá ficar fora do Céu!”, ameaçava o pregador, como se Deus, no dia do juízo, de repente dissesse: “Um momentinho. Há uma pendência aqui que não foi resolvida. No dia 23 de março de 2010, às 14h41, você cometeu tal pecado e não o confessou. Lamento muito! Próximo!”
Nós amesquinhamos Deus e blasfemamos dEle quando O tratamos como um tirano detalhista, procurando descobrir um cochilo de nossa parte; o mínimo desvio para nos punir. O pecado é um assunto sério, mas o perdão está à disposição do arrependido. Por isso, não tenha medo; nada de insegurança, mas plena certeza e confiança no momento do Juízo.
“Maravilhosa graça! Maior que o meu pecar! / Como poder contá-la? Como hei de começar? / Trouxe-me alívio à alma. E vivo em toda a calma / Pela maravilhosa graça de Jesus!” (Hinário Adventista, nº 204)
Livrando-se da Ansiedade
Lancem sobre Ele todo o peso de suas preocupações, pois vocês são objeto de Seu interesse especial. 1 Pedro 5:7, Phillips
“Minha mãe é uma pessoa muito ansiosa”, dizia um garoto. “Uma tosse, e ela já pensa que estou com bronquite. Uma dor de cabeça, e ela já pensa que tenho tumor no cérebro. Uma mentira, e ela já pensa que serei um traidor.”
Conhecemos pessoas que, pelo seu jeito e estilo de vida, dificilmente demonstram ansiedade. São pessoas calmas, bonachonas, “desaceleradas”. Não sabem o que é preocupação. Para elas, horário e pressa são coisas secundárias.
De outro lado, estão aqueles com elevado grau de ansiedade. Sempre inquietos. Querem ver as coisas resolvidas rapidamente. Irritam-se quando encontram um bonachão no caminho de suas atividades, ficando mais ansiosos ainda.
O que pode desengatilhar a ansiedade? Para alguns, seriam necessidades não atendidas. Para outros, ela surge quando erramos e temos que tentar de novo; quando há ameaças; expectativa de perfeição por parte de outros; quando nos pedem que façamos um trabalho e não temos a menor ideia de onde começar; etc. Para outros, ainda, seria: “E se eu for mandado embora do trabalho?” “E se isso acontecer, como vou me sair?”
Pedro diz: “Nós estamos nas mãos de Deus. Lance sobre Ele suas ansiedades, grandes ou pequenas, antigas ou recentes, reais ou imaginárias.”
Pense um pouco: O que o está deixando ansioso? O que o está preocupando? O que precisa ser feito e quando?
Há ocasiões na vida em que as coisas tomam um rumo inesperado, e nos levam para onde não queremos ir. Ficam além do nosso controle. Às vezes, o tempo para resolver o assunto é pequeno e isso nos aflige mais ainda. São exatamente essas coisas que devemos lançar sobre o Senhor. Tirar o peso de cima de nós e transferi-lo para Deus. Não é apenas informar a Deus, mas confiar em Suas promessas e permanecer na Sua presença por tempo suficiente para se livrar da ansiedade, deixando-a nas mãos de Deus.
“Nada do que de algum modo se relacione com nossa paz é tão insignificante que Ele deixe de observar. Não há em nossa vida capitulo demasiado obscuro para que Ele não possa entender, dificuldade alguma por demais complicada para que a possa resolver” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 100).
Salvação Pela Graça
Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus. Não por obras para que ninguém se glorie. Efésios 2:8, 9
Essa é uma das passagens mais importantes da Bíblia, como João 3:16 e Gênesis 1:1. Podemos dizer que é o texto mais clássico e completo sobre a função da graça em nossa salvação. Nela está uma síntese de como a pessoa é salva. É como se contivesse a carga de um transatlântico numa casca de noz. Seria bom relembrar alguns conceitos inseridos no texto.
A graça de Deus é gratuita: não vem como resultado de nossas boas ações, isto é, qualquer coisa que façamos das quais possamos nos orgulhar. O texto contrasta claramente a confiança na graça de Deus e a confiança nas boas obras. Não há exigências. Ela não tem nada que ver com mérito e demérito. Não há provas, exames, nem prazos.
O resultado final não é determinado pelo sistema de triagem do Céu, no qual haveria dois pratos de balança cheios com tudo aquilo que fizemos – coisas boas e coisas más. Quando mentimos, roubamos ou xingamos, o prato com coisas ruins começa a ficar mais pesado. Pensamos que, quando vamos à igreja, lemos um bom livro e ajudamos os pobres, estamos fazendo o prato com coisas boas ficar cheio e mais pesado. E o prato da balança que estiver mais cheio determinará nosso destino. Como disse com muita propriedade um autor desconhecido: “Não há nada que possamos fazer para levar Deus a nos amar mais, e não há nada que possamos fazer para Deus nos amar menos.” Tudo o que tenho que fazer é aceitar a graça como presente de Deus.
A graça permite uma segunda oportunidade. Em concursos, em vestibulares ou no esporte, errar o gabarito, o saque, o pênalti, não possibilita segunda oportunidade. Mas, com a graça, você pode tentar de novo. Quando tropeçamos, Deus sempre está ali para nos ajudar a levantar e fica aguardando para nos dar as boas-vindas.
Trazendo a graça para o campo pessoal, quando as pessoas observam você, veem graça em suas atitudes e palavras, ou dizem: “Lá vem aquele exigente, que só pensa em nos censurar”? O que vamos fazer com tudo aquilo que entendemos sobre graça até aqui? Vamos dizer: “Senhor, eu quero receber Tua graça!”
Aqui está um bom começo. Se você ainda não tomou essa decisão, pode fazê-lo hoje. Se já tomou essa decisão antes, pode renová-la hoje.
Olhando com os Olhos de Jesus
Portanto Eu lhes digo, os muitos pecados dela foram perdoados, pois ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama. Lucas 7:47
A ocasião é familiar para nós: casa cheia, festa. Mais vozes masculinas do que femininas. Além de Jesus, que era o convidado especial, também estavam ali Lázaro, a quem Jesus havia ressuscitado, algumas celebridades e os discípulos de Jesus.
No meio da festa, a presença inesperada de uma mulher a quem Lucas chama de pecadora – uma forma politicamente correta de dizer que ela era prostituta.
O que você faz quando, no meio de uma festa, ou no meio de uma reunião, alguém comete uma gafe? Como você teria agido se estivesse ali? A pessoa está vestida como não deve, fala alto demais, avança para pegar comida. Como você teria agido? Inventaria uma tosse para sair; pegaria o celular fingindo uma chamada; esperaria a reação dos demais ou simplesmente ignoraria?
Quando o pessoal começou aquele ti-ti-ti orquestrado por Simão e Judas, Jesus introduziu uma pequena parábola que termina com o texto de hoje, mostrando a graça como perdão e misericórdia.
Todas as vezes que lia essa narrativa, eu tinha a curiosidade de saber quem era a mulher. Até que me deparei com o seguinte texto: “Maria foi considerada pecadora, mas Cristo sabia as circunstâncias que lhe tinham moldado a vida. [...] Fora Ele que a erguera do desespero e da ruína. Sete vezes ouvira ela a repreensão aos demônios que lhe dominavam o coração e a mente. [...] Foi Maria que se assentou aos pés de Jesus e dEle aprendeu. Foi ela que Lhe derramou na cabeça o precioso unguento, e banhou os pés com as próprias lágrimas. Achou-se aos pés da cruz e O seguiu até o sepulcro. Foi a primeira junto ao sepulcro, depois da ressurreição. A primeira a proclamar o Salvador ressuscitado.” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 567, 568).
Olhando para essa descrição de Maria, você pode pensar: quanto altos e baixos; mas que transformação!
Somente você e Deus conhecem sua vida e a necessidade de perdão. Podemos ir hoje ao encontro dEle. Ele está pronto para apagar nossos pecados e guiar-nos nos caminhos da Sua justiça.
O acesso está livre, aberto. Há amplo perdão. As palavras de Jesus foram carregadas de graça: “Seus pecados estão perdoados.”
Perto e ao Mesmo Tempo Longe
Permiti que você a visse com os seus olhos, mas você não atravessará o rio, não entrará nela. Deuteronômio 34:4
Se há alguém que eu gostaria que tivesse sido meu líder, esse é Moisés. Ele sabia como enfrentar o imprevisto e como encarar a oposição. Parecia alguém viajado, sabedor do caminho. Identificava-se com seu povo. Tinha um grande coração.
Alguns chegam a atribuir gagueira a Moisés. Eu não sei de nenhum líder que tenha sido gago. Se Moisés tivesse sido, o povo de Israel precisaria mais do que paciência para escutá-lo toda vez que fosse falar, e especialmente quando proferiu seu discurso de Deuteronômio.
O grupo que ele dirigia era heterogêneo, e apesar de terem nuvem de dia e aquecimento à noite, água e pão, todas essas coisas e provisão da graça de Deus, qualquer imprevisto era motivo de irritação e provocação. Quando não reclamavam da comida, reclamavam da água.
Eu ficaria triste e com pena em saber que o homem que foi meu líder e que me conduziu com tanta paciência e amor não iria comemorar conosco seu sonho, que era o de introduzir na terra de Canaã seu povo. Teria me sentado ao seu lado sem saber o que dizer. Quem sabe daria um toque no ombro dele e diria que também sentia muito.
Será que Deus não foi exigente demais com Moisés? Diante de toda a fidelidade que ele demonstrou, de tudo pelo que passou, a punição de Deus parecia severa e incomum. Em que realmente consistiu a transgressão do grande líder? Será que foi por ter matado o egípcio? Ou por ter cometido alguma falta repulsiva? Foi porque se irritou e, em lugar de falar, bateu na rocha?
Ali em Meribá faltou água. O povo não era paciente e gritou: “Queremos água, agora!” Em lugar de falar à rocha, Moisés tomou a glória para si e para seu irmão.
“[Moisés] estava fatigado com a contínua murmuração do povo contra si. Por ordem do Senhor, tomou a vara e, em vez de falar à rocha, como Deus ordenara, feriu-a duas vezes com a vara, depois de dizer: ‘Porventura tiraremos água desta rocha para vós?’ Nm 20:10. Aqui ele falou imprudentemente com seus lábios. [...] Não atribuiu ao poder e glória de Deus o jorrar de novo a água da rocha, e portanto não O glorificou diante do povo. Por esta falha da parte de Moisés, Deus não permitiria que ele guiasse o povo à Terra Prometida” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 166)
Deus não foi injusto com Moisés, mesmo porque porteriormente Ele recompensou sua dedicação.
O Voo da Águia
Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam. Isaías 40:31
Existe alguma coisa especial em relação à águia que a faz respeitada pelas nações, com sua imagem reproduzida em moedas, símbolos e bandeiras. Sempre me senti fascinado pela águia. Majestosa em sua aparência, rainha do céu, dona do seu domínio, e aquele olhar avistando com clareza tudo o que está ao seu alcance.
Há várias características que fazem da águia uma ave diferente das demais.
Os pássaros, em geral, escolhem seu rumo, voam por instinto, mas veem apenas o que está na proximidade deles. As águias, por sua vez, podem ver oito quilômetros à frente. Sabem para onde estão indo, determinam aonde querem chegar, sem se deixar desviar, nem desistir. Quando uma tempestade se aproxima, a águia se sente desafiada e sobe acima das nuvens, sobrevoando seu território, abandonando seu posto somente se estiver gravemente ferida.
A imagem bíblica que Deus usa para ilustrar a vida do cristão é a da águia. A menção é feita para desafiar você. Deus sabe do seu potencial, da sua visão para o futuro, do seu espírito de iniciativa. Ele o convida a deixar sua comodidade, sacudir a inércia, arriscar-se e voar alto.
Creio que Deus está procurando homens e mulheres de visão que se deixem levar pela corrente do Espírito Santo; pessoas nas quais se veem esforço, dedicação, entusiasmo e garra. São homens e mulheres confiáveis, que não têm medo quando Deus lhes dá um desafio. Que reconhecem com humildade seu potencial e não se conformam em voar baixo.
O autor e poeta Carl Sandburg descreveu muito bem a condição humana numa metáfora, dizendo: “Há uma águia dentro de mim querendo voar, e há um hipopótamo dentro de mim querendo chafurdar na lama.”
Vale perguntar: Você pretende ficar atolado, preso, chafurdando na lama? Ou a águia irá prevalecer, aceitando desafios e determinando aonde quer chegar, custe o que custar? O que você precisa para deixar de ser um hipopótamo? O que você tem que pode torná-lo como a águia? Quem vai prevalecer dentro de você? A águia ou o hipopótamo?
Livre do Domínio do Mal
Quando se aproximaram de Jesus, viram ali o homem que fora possesso da legião de demônios, assentado, vestido e em perfeito juízo, e ficaram com medo. Marcos 5:15
Logo que o barco chegou à praia, os discípulos ouviram gritos que vinham de uma elevação próxima. Então, viram um homem de cabelos longos, roupa em farrapos e olhar selvagem. Era incontrolável. Tinha sido excluído de qualquer contato humano, por isso vivia entre os sepulcros. Nem mesmo as correntes podiam prendê-lo. Era uma demonstração vívida de como a possessão demoníaca distorce e destrói a imagem de Deus no ser humano.
Antes disso, imaginando o que poderia estar acontecendo com ele, seus amigos tentaram levar curandeiros, adivinhos, pais-de-santo, jogar búzios, tarô, receitaram simpatias, encantamentos... mas nada tinha dado certo. Ele era um homem temido, evitado e abandonado.
Ao descrever com detalhes o que aconteceu, Marcos menciona três pedidos apresentados na realização do milagre:
O primeiro pedido é o dos demônios. Nas proximidades havia uma manada de porcos. Os demônios disseram: “Manda-nos para os porcos.” Quer dizer, preferimos continuar vivendo na sujeira, deitando e rolando na lama. E numa disparada, lá se foram os porcos num “salto olímpico” precipício abaixo. Os “frigoríficos” daquela época ficaram sem matéria-prima durante bom tempo.
O segundo pedido foi o dos habitantes de Gerasa. Os mais exaltados da cidade começaram a incitar a multidão, dizendo: “Se Jesus ficar por aqui, nosso pólo de produtos suínos vai perder a hegemonia. Queremos tranquilidade. Por favor, saia do nosso território.”
Finalmente, veio o pedido do homem curado, solicitando a Jesus que lhe permitisse ficar com Ele. “Quero um novo ambiente. Todos aqui já me conhecem. Não vão me aceitar.” Porém, Jesus lhe deu uma missão: “Volte para casa e para os seus amigos. Conte como Deus foi misericordioso com você.”
“Nem um dos sermões de Seus [de Jesus] lábios lhes caíra jamais ao ouvido. [...] Podiam dizer o que sabiam; o que eles próprios tinham visto e ouvido, e experimentado do poder de Cristo. É o que a todo aquele cujo coração foi tocado pela graça de Deus, é dado fazer” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 340).
O homem voltou transformado para a cidade e para casa. Era uma nova pessoa. Vestido, limpo, sem cadeias nas mãos ou nos pés, em são juízo. Livre!
“Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram, eis que surgiram coisas novas!” (2Co 5:17).
Apresentados Sem Mancha
Ora, Àquele que é capaz de guardá-los da queda e de apresentá-los perante Sua glória, sem defeitos e com alegria indescritível. Judas 24, Phillips
Na antiguidade, os imperadores, no fim de uma conquista ou de uma guerra, para mostrar seu poderio aos súditos e rivais, muitas vezes entravam na cidade acompanhados de uma leva de guerreiros feridos e extenuados para mostrar quão brilhante tinha sido a vitória. Ali estavam também escravos, maltrapilhos e uma multidão cambaleante, vencida pelo cansaço.
Que diferença de quando o Rei do Universo vier resgatar os Seus e apresentá-los como troféus de Sua conquista! Será uma ocasião muito mais festiva do que a apresentação de um campeão olímpico. Vai ser muito mais pomposa do que a entrega do Oscar. Não haverá chegada de limusines trazendo celebridades para desfilar sobre tapetes vermelhos. Também não haverá trajes de caimento perfeito, criados pelas grifes internacionais. Não serão necessários estilistas, nem cabeleireiros para deixar as pessoas com o visual impecável. Não haverá melhor ator nem melhor atriz, nem mesmo um prêmio para os melhores efeitos especiais. Mas haverá muitas surpresas!
Qualquer esplendor, de qualquer desfile, qualquer “pompa e circunstância” serão ofuscados e ficarão longe daquele grande desfile de glória e de vitória. Outras versões expressam, em outras palavras, essa mesma cena: “Apresentar-vos de pé em Sua brilhante presença [...] celebrando” (The Message); “E colocá-lo na presença de Sua glória, triunfante e acima de qualquer acusação” (New English Bible); “[...] e apresentá-los sem mancha nem falta diante da Sua glória, em triunfante alegria e inexprimível exultação” (Bíblia Amplificada). Todas elas, em suas palavras, deixam transparecer que esse será um dos grandes momentos na história da redenção. Deus vai apresentar ao Universo os troféus de Sua vitória. Veremos lado a lado pessoas de todos os cantos da Terra, de todas as etnias e grupos sociais, sendo apresentadas a todos pelo Rei do Universo. Por conta e graça do Rei, você e eu poderemos estar entre aqueles que serão apresentados.
“Então um dos anciãos me perguntou: ‘Quem são estes que estão vestidos de branco, e de onde vieram?’ Respondi: Senhor, Tu o sabes. E ele disse ‘Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro’” (Ap 7:13, 14).
A Graça de Deus Não Foi Dada em Vão
Eu não sou digno de ser incluído neste círculo íntimo de pessoas, como vocês bem sabem, tendo desperdiçado todos aqueles anos para apagar do mapa a existência da igreja de Deus. Mas como Deus foi tão gracioso, muito generoso, aqui estou eu. E eu não vou deixar que a graça de Deus me seja dada em vão. 1 Coríntios 15:9, 10, The Message
Há um pequeno vocábulo implícito neste texto: “se”. Quase todas as vezes que o pronunciamos, o fazemos em tom de mágoa e tristeza. Repetimos o “se” quando perdemos uma oportunidade ou depois de fazermos uma escolha da qual nos arrependemos. Se tivesse chegado mais cedo; se vivesse em outra cidade; se tivesse ido; se tivesse ficado; se tivesse começado; se tivesse terminado... E assim por diante, numa ladainha sem fim.
O “se” nunca vai abrir uma porta que a negligência ou o pecado fechou. Não vai trazer de volta o dia, o lugar, nem as pessoas.
Quando Paulo escreveu essas palavras, por volta do ano 55 d.C., isto é, mais ou menos vinte anos depois de sua conversão, ele ainda lamentava o que havia feito antes de conhecer a Cristo, e pela maneira desafiante como tinha estado em oposição a Deus. Disse aos seus irmãos de Corinto: “Vejam só como foi minha vida antes de conhecer a Cristo.”
Alguns também levam o peso de erros cometidos antes e até mesmo depois de terem se encontrado com Jesus, e dizem: “Olha só que coisa horrível eu fiz. Não acredito que tenha feito isso!”
Você já parou diante do espelho depois de estar arrependido pelo que disse ou pelo que fez, e se insultou dizendo: “Seu estúpido! Seu insensível! Quando é que você vai aprender? Ó, meu Deus, por que é que eu sou assim?”
Podemos começar este dia fazendo uma de duas escolhas: (1) viver a realidade dos fracassos e erros de ontem, ou (2) viver na presença da graça de Deus. Para isso, precisamos remover a barreira entre o “eu ideal” e o “eu real”, decidir que Deus está do nosso lado e perdoar a nós mesmos.
Nossa maneira de viver hoje poderá ser motivo de satisfação e celebração amanhã – ou motivo de mágoa e lamento.
Paulo aceitou o perdão de Deus e decidiu se perdoar pelo que tinha feito. Você também não precisa carregar seu fardo nem por um minuto mais.
Receba o abraço de Deus e diga como Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou.” Estou reconciliado com Ele. Sou herdeiro do reino.