As vestes nupciais
Sábado à tarde | Ano Bíblico Jó 8–10 |
VERSO PARA MEMORIZAR: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8:1, RC).
A história cristã está cheia de páginas escuras. Coisas horríveis foram feitas por professos seguidores de Cristo e, segundo nossa compreensão da profecia, mais mal será feito em Seu nome, também, antes da segunda vinda de Jesus. Nesta semana examinaremos uma parábola fascinante, que revela a verdade dolorosa de que nem todos os que professam ser seguidores de Cristo são de fato. Naturalmente, quem somos nós para julgar entre os fiéis e os infiéis? Quem somos nós para ver o “cisco que está no olho do [nosso] irmão, e não [nos darmos] conta da viga que está em [nosso] próprio olho?” (Mt 7:3, NVI). Nós não fazemos esse julgamento. Mas Deus faz.
“Os convidados à ceia do evangelho são os que professam servir a Deus, cujos nomes estão escritos no livro da vida. Nem todos, porém, que professam ser cristãos, são discípulos verdadeiros. Antes que seja dada a recompensa final, precisa ser decidido quem está apto para participar da herança dos justos. Essa decisão deve ser feita antes da segunda vinda de Cristo, nas nuvens do céu; porque quando Ele vier, o galardão estará com Ele ‘para retribuir a cada um segundo as suas obras’” (Ap 22:12; Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 310).
Domingo | Ano Bíblico Jó 11–14 |
Dias de fervor
Relatando alguns dos últimos dias do ministério terrestre de Jesus, o capítulo 21 de Mateus está cheio de drama, tensão e agitação. Revela também, como a Bíblia faz frequentemente, a terrível habilidade de nosso coração, de nos enganar, e o poder do maligno de cegar nossa mente para as verdades mais óbvias. Ao olhar para o passado, é fácil pensar: Como esses líderes puderam ter sido tão duros, tão cegos e tão furiosos, diante de toda a evidência que Jesus lhes tinha dado?
No entanto, não devemos nos enganar. Existe alguma razão para pensar, mesmo como adventistas do sétimo dia, vivendo com tanta luz, que somos muito diferentes? Não manifestamos, às vezes, uma indiferença dura e insensível com relação à verdade, especialmente quando interfere nos nossos pecados, desejos acariciados e mundanismo? Claro, Deus nos ama, Cristo morreu por nós, e o perdão está disponível a todos. Mas essas mesmas palavras poderiam ser ditas sobre as pessoas nesse capítulo, bem como os que não apenas viraram as costas para Jesus, mas que trabalharam contra Ele. Quão cuidadosos devemos ser, pois enganamos a nós mesmos se pensamos que não podemos ser enganados também!
1. O pano de fundo para a parábola de Mateus 22, está em Mateus 21. Entre tantas coisas que acontecem ali, qual é o tema básico? Como você resumiria esse capítulo? E mais importante, que lições espirituais podemos tirar dele?
Talvez as linhas mais fascinantes de todo o capítulo sejam as duas últimas. Não importando quão duro fosse o coração das pessoas para com Jesus, algo de Sua mensagem deve ter alcançado sucesso, porque elas sabiam que Ele estivera falando a respeito delas. Teria sido um problema se elas tivessem deixado de compreender totalmente o assunto, mas entenderam. Esse foi o problema: as pessoas pareciam ter entendido, pelo menos o suficiente para querer tirar Jesus do caminho. Como é fascinante, igualmente, que tenha sido o próprio povo, as multidões de judeus atraídos para Jesus, que impediram os líderes de prendê-Lo naquele momento! Como é triste que os que deveriam ter sido os professores dos outros eram os que tinham mais a aprender e, em muitos casos, nunca chegaram a aprender! Quando eles finalmente aprenderem, será tarde demais! (Rm 14:10).
Segunda | Ano Bíblico Jó 15–17 |
O convite do rei
Festa de casamento é uma coisa. Festa de casamento de um rei é outra coisa. E ser convidado para um banquete de casamento realizado por um rei para seu próprio filho teria sido realmente uma honra muito grande. Na Bíblia, as imagens do casamento, especialmente o casamento do Filho, são, naturalmente, uma referência óbvia ao relacionamento entre Jesus e Sua igreja (Ap 21:2, 9;Ef 5:21-23).
2. Leia Mateus 22:1-8. Como essa parte da parábola se ajusta com o que vimos no capítulo anterior? Que tema idêntico aparece?
Observe, também, como todos os preparativos foram feitos pelo rei: ele organizou o casamento, preparou o jantar e abateu os animais. Na verdade, a mensagem foi: “tudo está preparado. Venham para o banquete de casamento” (v. 4, NVI). No fim, tudo que o povo tinha que fazer era aceitar o que lhe era oferecido.
Observe, também, as coisas que motivaram o povo a desprezar o convite. Alguns desprezaram o convite, ou seja, não o levaram a sério; acharam que não era significativo e não o consideraram importante. Isso poderia simbolizar os que atualmente não levam a sério as reivindicações de Deus, que por diversas razões nunca se abrem para a verdade. Outros “se foram” (v. 5). Jesus disse que o caminho da salvação é estreito (Mt 7:14); as pessoas podem encontrar todo tipo de desculpas para evitar e rejeitar o convite. Para outros, foi simplesmente a atração das coisas materiais. E, finalmente, enquanto alguns simplesmente ignoraram o convite, outros efetivamente perseguiram os mensageiros. Seja qual for a razão, todos eles ficaram de fora. Pense, também, nas palavras do rei, ao dizer que os que rejeitaram o convite “não eram dignos”. Como entender isso, à luz da universalidade de todo o pecado e pecaminosidade humanos? Qual de nós é realmente digno de ser convidado para festa do Rei? No fim, como veremos, “dignidade” no sentido bíblico, vem do que Cristo faz por nós; nossa dignidade não está em nós mesmos, mas no que permitimos que Deus faça por nós e em nós.
Das razões apresentadas acima pelos que rejeitaram o convite, com qual delas você acha mais difícil lidar, em sua própria vida? Que promessas você pode suplicar, para habilitá-lo a enfrentá-la?
Terça | Ano Bíblico Jó 18, 19 |
Os que foram ao banquete
Com a rejeição de dois convites, o rei enviou outro, dessa vez para “todos os que” encontrassem (Mt 22:9), e ordenou aos servos que os convidassem para as bodas. Dessa vez, porém, a aceitação foi diferente, porque, de acordo com o texto, eles saíram e “reuniram todos os que encontraram” (Mt 22:10).
3. Leia o restante da parábola (Mt 22:9-14). Quem eram os que foram à festa do casamento? O que significa o fato de que, entre os que foram, havia “maus e bons”?
Você já reparou que algumas das piores, mais sórdidas e mais detestáveis pessoas são professos cristãos? Ou que alguns dos mais críticos, condenatórios, hipócritas, e pessoas abertamente más são os que vão à igreja, que reivindicam as promessas de salvação e que professam certeza de salvação?
Isso não é novidade. Como entender, por exemplo, a fé dos cruzados, tão dedicados ao Senhor Jesus, que pilhavam e saqueavam em seu caminho para a Terra Santa? Uma testemunha relatou o seguinte: “nossas tropas cozinhavam pagãos adultos em panelas. Colocavam crianças em espetos e as devoravam grelhadas”. Como esses horrores poderiam ter sido feitos em nome de Jesus?
É fácil (você diz): Esses não eram cristãos verdadeiros. Mas como você sabe? Como você pode julgar seu coração, o que lhes foi ensinado, e que oportunidades tiveram de ter um conhecimento melhor? Não é possível que alguns tenham se arrependido depois, suplicando as mesmas promessas de perdão e graça que clamamos? O que dizer dos atos horrendos dos que, ao que parece, se tornaram pessoas muito piedosas? Quem somos nós para julgar o coração?
Não deveríamos julgar, mas Deus deve julgar, e julgará (Rm 14:10; Hb 10:30; Ec 12:14; Dn 7:9, 10). Os adventistas do sétimo dia chamam esse evento de “juízo investigativo”, que é revelado nessa parábola.
Pense em algumas das coisas feitas pelos professos cristãos ao longo da história, e às vezes, também, em nome de Jesus. Como essa parábola nos ajuda a entender como Deus irá lidar de maneira justa com eles?
Quarta | Ano Bíblico Jó 20, 21 |
Sem a veste nupcial
4. O que a veste nupcial representa na parábola de Mateus 22:1-14? Por que a rejeição dela deveria ser, literalmente, uma questão de vida eterna ou morte eterna?
A menos que alguém acredite no conceito “uma vez salvo, salvo para sempre”, não existe problema com a ideia de que, em algum momento da história, Deus finalmente irá separar Seus professos seguidores. Nessa ocasião Ele distinguirá o trigo do joio (Mt 13:24-30), o sábio do insensato (Mt 25:1-13), o fiel do infiel (Mt 25:14-30), e os que são verdadeiramente cobertos com o manto de Sua justiça dos que não são (Mt 22:1-14). Uma razão para isso é que alguns deles têm feito e ainda podem estar fazendo coisas terríveis, até mesmo em Seu nome.
Será que não haverá algum tipo de acerto de contas no fim, entre os verdadeiros e os falsos, que pretendem obter as mesmas promessas de salvação reivindicadas constantemente pelos sinceros, especialmente em uma religião cuja base é que você é salvo pelo que outra Pessoa fez por você?
Pense nisto: Se a salvação fosse simplesmente por nossas obras, seria fácil; precisaríamos somente contabilizá-las. Elas seriam suficientes ou não, ponto final. Mas em uma fé em que a salvação repousa nos méritos do que outra Pessoa fez por nós, uma fé em que a justiça necessária para a salvação existe em Alguém à parte de nós mesmos, a questão fica mais sutil, mais diversificada. Assim, um julgamento por Alguém que nunca erra pareceria mais necessário nessa religião do que em uma religião em que as obras são o padrão, não é?
É disso que trata esta parábola: Deus separando o verdadeiro e o falso dentre os que professaram segui-Lo. E qual é o fator decisivo? Saber se eles foram vestidos com o maravilhoso manto de justiça que Cristo oferece gratuitamente a todos.
Essa parábola estabelece uma importante distinção entre ser membro de uma igreja e ser um pecador salvo pela justiça de Cristo. Essas não são claramente a mesma coisa, certo?
Considere sua vida, suas obras, ações, palavras, seus pensamentos e sua atitude para com os amigos e inimigos. Eles refletem a vida de alguém que veste o manto da justiça de Cristo ou de alguém que apenas veio para a festa?
Quinta | Ano Bíblico Jó 22–24 |
A investigação
Como foi declarado ontem, a menos que você creia que a pessoa “salva”, nunca poderá se perder, é difícil não imaginar uma separação final entre os que foram vestidos com Sua justiça e os que estão apenas alegando estar. Este é essencialmente o assunto dessa parábola. Novamente, para uma religião baseada, não em nossas próprias obras, mas nas obras de outra Pessoa em nosso favor (que nós aceitamos pela fé), como não haveria essa divina separação final?
Como adventistas do sétimo dia, com nosso entendimento do grande conflito (Ap 12:7-9; 1Pe 5:8; Jó 1; 2) e o interesse de todo o Universo nessa grande controvérsia (Dn 7:10; 1Co 4:9; Ef 3:10), podemos facilmente rejeitar o argumento de 2 Timóteo 2:19: “O Senhor conhece os que Lhe pertencem”, usado contra a ideia de que uma investigação das obras seja bíblica. O Senhor conhece os que Lhe pertencem, mas as outras criaturas do Universo não conhecem.
É muito importante que mantenhamos em mente o quadro global: o interesse de todo o Universo no que está acontecendo aqui com relação ao pecado, rebelião, salvação e o plano de Deus para lidar com tudo isso de forma aberta, reta e justa.
A própria ideia de um julgamento, em si, pressupõe algum tipo de investigação, não é? Examine Gênesis 3:9-19: desde o primeiro momento após a entrada do pecado, Deus Se envolveu diretamente, fazendo perguntas cujas respostas Ele já conhecia. Assim como essa “investigação” não foi por causa de Si mesmo (ela ajudou Adão e Eva a entender a gravidade do que tinham feito), o mesmo pode ser dito do juízo “investigativo”: ele não revela nada novo para Deus; é feito para o benefício de outros.
Assim como no julgamento de Gênesis, em que a graça de Deus anulou a sentença de morte (veja Gn 3:15), Sua graça fará o mesmo por todos os verdadeiros seguidores de Deus, agora e no dia do julgamento, quando eles mais necessitarão dela!
Uma investigação de suas obras? Você tem dúvida de que precisa ter a justiça de Cristo o envolvendo o tempo todo, ou de que a salvação deve ser pela graça e não pelas obras? Que esperança você teria se, quando todas as suas obras fossem investigadas, você não estivesse coberto pelo manto de Cristo?
Sexta | Ano Bíblico 25–28 |
Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 307-319: “Diante do Supremo Tribunal”.
Oplano da redenção tinha um propósito ainda mais vasto e profundo do que a salvação do homem. Não foi para isto apenas que Cristo veio à Terra; não foi simplesmente para que os habitantes deste pequeno mundo pudessem considerar a lei de Deus como devia ser considerada; mas foi para reivindicar o caráter de Deus perante o Universo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 68).
“Todavia, Satanás não foi então destruído. Os anjos não perceberam, nem mesmo aí, tudo quanto se achava envolvido no grande conflito. Os princípios em jogo deviam ser mais plenamente revelados. E por amor do homem, devia continuar a existência de Satanás. Assim como os anjos, o homem devia ver o contraste entre o Príncipe da Luz e o das trevas. Cumpria-lhe escolher a quem servir” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 761).
Perguntas para reflexão:
1. Pense na história cristã, pense em todas as coisas horríveis feitas por cristãos professos, e muitas vezes em nome de Jesus. Pense em quanto as pessoas têm usado a fé como um disfarce, uma capa, uma justificativa para alguns crimes horríveis. Como esse fato lamentável nos ajuda a entender melhor a necessidade do tipo de separação que deve haver entre os professos seguidores de Jesus, conforme revelado nessa parábola e em outros textos bíblicos?
2. Ellen G. White deixa claro que o manto de Cristo representa a justiça de Jesus, que não apenas nos veste, ou justifica, mas também nos transforma à Sua imagem e nos permite refletir Seu caráter em nossa vida. Como devemos entender as diferenças entre essas duas verdades essenciais, e por que é importante que as compreendamos?
3. Reflita sobre a realidade do grande conflito. Quanto ela nos afeta e influencia nossa teologia como adventistas do sétimo dia? Examine a Bíblia e reúna todos os textos que você conseguir encontrar, que mostrem como esse tema é bíblico e importante.
1. Pense na história cristã, pense em todas as coisas horríveis feitas por cristãos professos, e muitas vezes em nome de Jesus. Pense em quanto as pessoas têm usado a fé como um disfarce, uma capa, uma justificativa para alguns crimes horríveis. Como esse fato lamentável nos ajuda a entender melhor a necessidade do tipo de separação que deve haver entre os professos seguidores de Jesus, conforme revelado nessa parábola e em outros textos bíblicos?
2. Ellen G. White deixa claro que o manto de Cristo representa a justiça de Jesus, que não apenas nos veste, ou justifica, mas também nos transforma à Sua imagem e nos permite refletir Seu caráter em nossa vida. Como devemos entender as diferenças entre essas duas verdades essenciais, e por que é importante que as compreendamos?
3. Reflita sobre a realidade do grande conflito. Quanto ela nos afeta e influencia nossa teologia como adventistas do sétimo dia? Examine a Bíblia e reúna todos os textos que você conseguir encontrar, que mostrem como esse tema é bíblico e importante.
Respostas sugestivas:
1: Os judeus foram rejeitados porque desprezaram os mensageiros de Cristo e as vestes da justiça.
2: Ao rejeitar o convite para as bodas, os judeus desprezaram as bênçãos, os privilégios e as responsabilidades da aliança.
3: Os que aceitaram o último convite; bons e maus: muitos aceitam o chamado, mas poucos se preparam para o banquete.
4: O manto da justiça de Cristo; deixar de usá-lo significa ficar de fora das eternas bodas do Cordeiro.
5: Na hora certa, Deus julgará as vestes do nosso caráter, seja bom ou mau, mesmo o que está oculto.
1: Os judeus foram rejeitados porque desprezaram os mensageiros de Cristo e as vestes da justiça.
2: Ao rejeitar o convite para as bodas, os judeus desprezaram as bênçãos, os privilégios e as responsabilidades da aliança.
3: Os que aceitaram o último convite; bons e maus: muitos aceitam o chamado, mas poucos se preparam para o banquete.
4: O manto da justiça de Cristo; deixar de usá-lo significa ficar de fora das eternas bodas do Cordeiro.
5: Na hora certa, Deus julgará as vestes do nosso caráter, seja bom ou mau, mesmo o que está oculto.