Indo diretamente ao ponto: a dieta vegetariana não é mais cara do que a dieta com carne. Porém, não se trata de uma comparação simplista, nem uma comparação item a item.
Primeiramente, a dieta vegetariana não é simplesmente uma dieta sem carne. Se assim fosse, bastaria tirar do cardápio alimentos cárneos, o que obviamente resultaria em redução no custo com alimentos.
Quando se decide por uma dieta vegetariana, em geral, isto é resultado de uma motivação, que vai desde o cuidado com a saúde até adorar verdadeiramente a Deus (ver 1 Coríntios 10:31). Portanto, há bem mais mudanças que acompanham essa decisão, por exemplo:
substituição de alimentos refinados por integrais;
substituição de refrigerantes por sucos naturais;
substituição do açúcar por mel;
substituição dos salgadinhos por castanhas;
substituição de enlatados por alimentos frescos; etc.
Há ainda as mudanças no estilo de vida: deitar e levantar-se cedo; exercitar-se; não comer entre as refeições (que devem ser, no máximo, três), entre outras.
Se uma comparação item a item for feita, tomando por base todo o conjunto de alimentos saudáveis introduzidos na nova dieta, poderá dar a impressão que a dieta vegetariana é mais cara, mas essa forma de cálculo é enganosa. O cálculo deve ser feito no conjunto do consumo de alimentos, e, para ser exato, deveria estender-se aos gastos com medicamentos e até mesmo aos dias perdidos de serviço por doença oriunda ao estilo de vida insalubre.
Alguns itens do cardápio saudável são realmente mais caros do que seus similares prejudiciais ou de baixa nutrição. Os exemplos citados revelam essa diferença, no entanto, no cômputo geral, há ganhos que superam com larga vantagem esses itens mais caros quando analisados individualmente.
Subtraia de sua lista de compras todas as guloseimas; subtraia também os valores gastos com restaurantes sofisticados, churrascarias, pizzarias, sorveterias e docerias; elimine o custo com os alimentos consumidos fora do horário das refeições; verifique que se obtém a sensação de saciedade comendo menor quantidade de alimentos integrais em comparação com os similares refinados, com a vantagem de ficar mais bem nutrido. Ah! Não se esqueça de subtrair os suplementos alimentares e os aditivos para melhorar o funcionamento intestinal, agora desnecessários. Até o hálito melhora muito, dispensando o consumo de colutórios bucais e chicletes.
Mesmo famílias bem pobres podem ser vegetarianas; além de economizarem, ganharão em saúde e nutrição. Nosso país é muito abençoado nesse sentido. Analise quanto custa feijão, farinha de milho, inhame, polenta, soja, abóbora, abacate e banana (dentre muitos outros) que são de baixíssimo custo e muito nutritivos, em comparação com os alimentos cárneos.
Faz quase três anos que eu e minha família somos vegetarianos estritos (sem nenhum derivado de animal). Nesse período pudemos avaliar com rigor matemático que, em média, economizamos perto de 40% ao mês em alimentação. Deus jamais iria requerer algo de Seus filhos para o qual Ele não os capacitasse. Fazemos cuidadoso registro das despesas domésticas e estamos mais do que convencidos da economia financeira com o estilo de vida requerido por Deus.
Gostaria, no entanto, de dizer com toda sinceridade: mesmo que ficasse muito mais caro, ainda assim deveríamos colocá-lo em prática. Quanto vale fazer a vontade de Deus?