Aprendendo e Desaprendendo
Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó. Hebreus 11:24
Moisés, o escolhido de Deus para tirar Seu povo do domínio egípcio, tinha muito a aprender e muito a desaprender antes de estar pronto para a tarefa. Encontrado no rio Nilo pela filha do faraó, ele cresceu na corte real. Aprendeu a ciência da época e foi treinado para lutar. Aparentemente possuía todas as características necessárias para um grande rei do Egito. Mas a mesma preparação que o qualificou a liderar o Egito desqualificou-o para liderar Israel.
Certo dia, Moisés tomou uma decisão crucial: participaria da sorte do povo de Deus. Moisés escolheu um bando de escravos em vez do trono do Egito. Seria seu líder. Uma decisão nobre, de tirar o fôlego, mas Moisés tinha muito a aprender e muito a desaprender. Ao testemunhar um egípcio maltratando um israelita, resolveu o caso com as próprias mãos. Assassinou o egípcio e enterrou o corpo na areia. Logo todos ficaram sabendo do ocorrido e Moisés foi obrigado a fugir da ira do faraó.
Ele fugiu para Midiã. Estava com 40 anos e sua vida havia desmoronado completamente. Uniu-se a Jetro e se tornou pastor de ovelhas. Desistiu do plano de liderar os israelitas até a Terra Prometida. Sua vida era um verdadeiro fracasso. Mas Deus tinha outros planos. Na solidão do deserto, Moisés aprenderia novas lições: confiar em Deus; viver de maneira simples; negar o próprio eu; manter a calma a despeito das circunstâncias.
Além disso, “Moisés estivera a aprender muito que tinha de desaprender. As influências que o haviam cercado no Egito [...] tudo deixara profundas impressões em sua mente em desenvolvimento, e modelara, até certo ponto, seus hábitos e caráter. O tempo, a mudança de ambiente e a comunhão com Deus podiam remover estas impressões” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 248).
Ninguém é igual a ninguém. Deus trabalha conosco individualmente ao buscar preparar-nos para realizar as tarefas que Ele tem para nós. Isso significa aprender, como também desaprender. Às vezes, escuto jovens, criados em lares cristãos, se lamentarem da falta de “experiência” nos prazeres deste mundo. Sugerem que as pessoas que se entregam a Cristo após a juventude tiveram maior vantagem. De forma alguma! Quanto mais esperamos para aceitar Jesus, mais coisas temos para desaprender. Músicas mundanas, piadas sujas, maus hábitos que grudam na mente como teia de aranha. Somente a comunhão com Deus pode remover essas coisas. Muito melhor é entregar a Jesus nossa vida inteira!