1. Aborrecer-se à toa com os incidentes mais triviais, com os percalços mais insignificantes do dia-a-dia.
2. Alimentar questiúnculas, curtir complicações, cozinhar azedumes, maldizendo a infeliz hora de ter nascido.
3. Enconchar-se sobre si mesmo, no egoísmo, na intolerância de um coração mesquinho, mais estreito do que ruela de bairro pobre, esquecido pela prefeitura.
4. Inventar toda a sorte de bodes expiatórios, responsáveis diretos por tudo o que sai errado na vida da gente.
5. Ser um eterno pessimista, levando o pessimismo aos outros também.
6. Deixar invariavelmente para amanhã os bons propósitos: de criar juízo, de revisar conceitos, de trocar o choro pelo riso, de podar defeitos, de acertar o passo e marchar direito no desfile da vida.
7. Imaginar perigos em toda parte. Temer ladrões em qualquer esquina. E sentir-se derrotado em todas as linhas de batalha.
8. Desinteressar-se pela evolução do mundo, pelas coisas novas, pelos progressos da atualidade.
9. Não possuir o mínimo de sensibilidade para adivinhar sofrimentos alheios e nunca ter tempo para escutar que nos procura.
10. Esmerar-se em criticar colegas, farejando defeitos, malhando empreendimentos, apedrejando nomes, rasgando reputações.
(R. Schneider)
25 DE AGOSTO DE 2011,