quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lição da Escola Sabatina - 3º Trimestre de 2011 - Adoração - Lição 09 - "Não confie em palavras enganosas": os profetas e a adoração


Lição 9
20 a 27 de agosto


 

“Não confie em palavras enganosas”: os profetas e a adoração


Casa Publicadora Brasileira – Lição 932011



Sábado à tarde
   Ano Bíblico: Jr 33–35

VERSO PARA MEMORIZAR: Quem então é como Eu? Que ele o anuncie, que ele declare e exponha diante de Mim o que aconteceu desde que estabeleci Meu antigo povo, e o que ainda está para vir; que todos eles predigam as coisas futuras e o que irá acontecer” (Is 44:7, NVI).


Leituras da semana: Is 1:11-156:1-84458:1-10Jr 7:1-10Mq 6:1-8

O escritor russo Ivan Turgenev, em sua história Fathers and Sons [Pais e Filhos], colocou estas palavras na boca de um personagem: “A vida de cada um de nós está por um fio, um abismo pode se abrir abaixo de nós a qualquer momento, e mesmo assim saímos de nosso caminho para inventar todos os tipos de problemas para nós mesmos e para atrapalhar nossa vida” (New York, NY: Signet Classics, 2005, p. 131).

Certamente o Senhor oferece um jeito melhor de viver. Ele nos concede a oportunidade de segui-Lo, amá-Lo, adorá-Lo, e assim evitar muitos problemas que, de outra maneira, traríamos sobre nós mesmos.

No entanto, vida cristã não é apenas alguém dizer que segue o Senhor. Nesta semana, estudaremos o que alguns profetas disseram sobre os que pensavam que sua “adoração” do verdadeiro Deus, no verdadeiro templo, no verdadeiro dia de sábado, era tudo o que importava, independentemente de seu modo de viver no restante da semana. Como os profetas mostram, isso é um engano, uma boa maneira de “inventar todos os tipos de problemas para nós mesmos”.


Domingo
   Ano Bíblico: Jr 36–38


Mil carneiros?


Ao contrário de qualquer outra, a religião da Bíblia (ambos os Testamentos) ensina que a salvação é somente pela graça. Nada do que fazemos jamais pode nos tornar bons o suficiente para ser aceitos por Deus. Nossas boas obras, por mais que sejam bem-intencionadas, inspiradas pelo Espírito, nunca poderão transpor o abismo que o pecado causou entre Deus e a humanidade. Se as boas obras pudessem nos salvar, se as boas obras pudessem expiar o pecado, se elas pudessem pagar nossa dívida diante de Deus e reconciliar a humanidade caída com o Criador, então Jesus nunca precisaria ter morrido por nós, e o plano da salvação seria algo radicalmente diferente do que é.

Mas, na realidade, podemos ser salvos do pecado unicamente por meio da morte de Jesus, creditada a nós pela fé, e da justiça de Cristo, desenvolvida em Sua vida e oferecida a todos os que verdadeiramente a aceitam. O pecado é muito perverso e contrário aos princípios básicos do governo de Deus, fundamentado no amor e na liberdade de escolha. Por isso, nada menos do que a morte de Cristo poderia resolver o problema trazido pelo pecado.

No entanto, a Bíblia deixa claro que nossas palavras, obras e pensamentos são importantes, e os pensamentos e ações revelam a realidade da nossa experiência com Deus.

1. Com isso em mente, leia Miqueias 6:1-8. Qual é a mensagem do profeta, especialmente no que diz respeito à questão dos sacrifícios (parte do culto em Israel), que simboliza o plano da salvação? Como essas palavras podem ser aplicadas a nós? Dt 10:12, 13

Os que alegam ser filhos de Deus, mas que não mostram justiça nem misericórdia para com seus semelhantes, estão revelando o espírito de Satanás, não importando a devoção com que se apegam às formas de adoração. Por outro lado, os que andam humildemente com Deus não negligenciam os princípios de justiça e misericórdia, nem desprezam as formas adequadas para o culto. Deus está procurando verdadeiros adoradores, que estejam dispostos a demonstrar seu amor por Ele, levando uma vida de obediência, motivada pela humildade de coração. O que todas as orações corretas, todos os estilos de culto corretos e toda a teologia correta significam, se a pessoa é desagradável, cruel, arrogante, injusta e impiedosa com os outros?

Na sua opinião, o que é mais importante: teologia correta ou ações corretas? É possível ter uma teologia certa, mas tratar os outros de forma errada? Que esperança existe para você, se esse tipo de desequilíbrio faz parte de sua vida?



Segunda
   Ano Bíblico: Jr 39–41


O chamado de Isaías


Enquanto Oseias, Amós e Miqueias estavam advertindo Israel quanto ao perigo iminente, Judá parecia estar prosperando sob o reinado de vários bons reis. O rei Uzias (também conhecido como Azarias) era conhecido e respeitado entre as nações por sua sábia liderança e realizações (2Cr 26:1-15). Mas, como muitas vezes acontece, seu sucesso se tornou sua ruína. A humildade foi substituída pelo orgulho e a devoção, pela presunção (2Cr 26:16-21).

O povo de Judá também parecia estar prosperando espiritualmente. Muitos compareciam aos rituais do templo, o que revelava fervor religioso. No entanto, muitos dos mesmos males que afligiam o povo de Israel estavam corrompendo rapidamente o reino de Judá. Foi nesse tempo que o Senhor chamou Isaías para uma obra especial.

2. Leia Isaías 6:1-8. Por que você acha que Isaías respondeu conforme a descrição do texto (v. 5), ao ter uma visão do Senhor? Que importante verdade “teológica” é revelada ali?

Tente imaginar a reação desesperada de Isaías diante dessa revelação da glória de Deus. De repente, ele viu os próprios pecados e os pecados do povo se destacando, em contraste com a pureza imaculada e a majestosa santidade do Deus todo-poderoso. Não é de admirar que ele tenha reagido dessa maneira! É difícil imaginar alguém fazendo algo diferente.

Nesse episódio, é revelada uma verdade essencial e fundamental sobre a condição da humanidade, especialmente em contraste com a santidade e glória de Deus. Vemos uma atitude de arrependimento, disposição para reconhecer a própria pecaminosidade e o senso da própria necessidade de graça.

Como seriam nossos cultos se levassem os adoradores ao senso de que eles estão na presença do nosso santo Deus, o que, por sua vez, os tornaria profundamente conscientes de sua própria pecaminosidade e necessidade de Sua graça salvadora e poder purificador? Imagine se a música, a liturgia, a oração e a pregação trabalhassem juntas, de modo que, a cada momento, nos conduzissem à fé, ao arrependimento, à pureza, e à disposição de clamar: “Eis-me aqui. Envia-me!” É isso que a adoração deve fazer.

Imagine que você estivesse na presença física de Jesus. Qual seria sua reação? O que você diria? O que faria? E quanto à Sua promessa em Mateus 28:20? O que essa promessa significa para nós, na prática?


Terça
   Ano Bíblico: Jr 42–44


Não tragam ofertas inúteis


Éfácil esquecer que grande parte do Antigo Testamento, especialmente os escritos dos profetas, foi escrita como repreensões e advertências ao povo da aliança de Deus, os que eram Sua “igreja verdadeira”. A maioria dessas pessoas professava seguir o verdadeiro Deus, tinha uma compreensão básica das verdades bíblicas (pelo menos muito mais do que seus vizinhos pagãos), e sabia as coisas certas para dizer e fazer na adoração. No entanto, como fica muito claro para quem lê os profetas, tudo isso estava longe de ser suficiente.

3. Leia Isaías 1:11-15. O que o Senhor, que instituiu todos esses serviços, estava dizendo para eles?

A resposta se encontra, realmente, nos versos seguintes (Is 1:16-18), que, de muitas formas, é semelhante ao que vimos na lição de domingo, sobre Miqueias. Sem dúvida, a igreja é para pecadores, e se tivéssemos que esperar até que fôssemos perfeitos, antes de podermos adorar o Senhor, então nenhum de nós iria adorá-Lo.

Mas não é isso que a Bíblia está dizendo nesse texto, nem em qualquer outra passagem. Ela diz que Deus está mais interessado na nossa maneira de tratar os outros, especialmente os fracos e desamparados entre nós, do que em todos os tipos de rituais religiosos, mesmo os que Ele instituiu.

4. Leia Isaías 58:1-10. O que há de errado com o jejum descrito ali? Como as pessoas deviam jejuar? Que lição podemos tirar desse texto, mesmo que tenhamos o hábito de jejuar?

O jejum é uma forma de autonegação da qual Jesus tinha muito a dizer. Mas alguns tipos de jejum são apenas uma exibição inútil. São um sintoma da hipocrisia, que cobiça os privilégios da obediência, enquanto detesta suas responsabilidades. A abnegação, motivada pelo amor a Deus, serve aos que estão em necessidade. Esse é o tipo de jejum (autonegação), que O honra; esse é o tipo de vida que leva ao tipo de adoração que Ele não despreza, uma adoração que mostra ao pecador que, assim como ele tem recebido a graça e o amor imerecido, também deve oferecer graça e amor imerecido aos outros. Esse é o tipo de renúncia que revela a verdadeira fé (Lc 9:23), o tipo de abnegação que está na essência do que significa ser seguidor de Jesus.



Quarta
   Ano Bíblico: Jr 45–48

Sem nenhum valor?


O escritor sul-africano Laurens van der Post escreveu certa vez sobre o que ele chamou de “o fardo da insignificância”, essa inquietação que as pessoas têm, no fim de tudo, sobre o significado de sua vida. Houve sentido na existência? Cedo ou tarde, elas morrerão, e todos que as conheceram estarão mortos, e em pouco tempo também, toda a memória deles deixará de existir para sempre. Nesse cenário, o que nossa vida significa? Quantas vezes, e quão facilmente, podemos ter a sensação de que muito do que fazemos não tem significado real, nem importância verdadeira e duradoura!

5. Com isso em mente, leia Isaías 44. Qual é a essência desses versos, especialmente quanto à maneira pela qual eles se relacionam com a questão da adoração e daquilo que as pessoas adoram?

Por mais que Isaías estivesse escrevendo para seu tempo, sua cultura e seu povo, perceba quão relevantes são os princípios para nós hoje! O Senhor, somente Ele é o Criador, somente Ele é nosso Redentor, somente Ele pode nos salvar. Portanto, somente Ele é digno de nossa adoração e louvor. Isaías ridiculariza os que criam ídolos com as próprias mãos, deuses fabricados por eles mesmos, e em seguida se prostram para adorar essas coisas que, de fato, não têm nenhum valor.

Embora tudo isso possa parecer ridículo e insensato, não estamos em perigo de fazer algo semelhante, dedicando a vida, o tempo e a energia a coisas que, no fim, não têm valor, coisas que não podem atender às necessidades mais profundas do nosso ser, e que certamente não poderão nos redimir da sepultura, no fim do tempo? É muito importante que vigiemos, oremos e que, conforme Paulo disse, examinemos a nós mesmos, para ver se estamos na fé, (2Co 13:5). A adoração no sábado, se realizada corretamente, pode nos lembrar, de maneira especial, das razões pelas quais devemos adorar somente ao Senhor. O culto deve ser um momento que nos lembre, especialmente, sobre o que é importante na vida, o que realmente importa, e o que é temporal, aquilo que não serve para nada.

Todos conhecemos o perigo de transformar em ídolos o dinheiro, o poder, o prestígio, e assim por diante. E quanto ao perigo de transformar em ídolos coisas como a igreja, o pastor, nosso próprio ministério, ou até mesmo nossa fidelidade, estilo de vida ou piedade? Pense nisso e compartilhe sua resposta com a classe.


Quinta
  Ano Bíblico: Jr 49, 50


“Este é o templo do Senhor, o templo do Senhor...”


O reino de Judá, o reino do sul, tinha seus altos e baixos espirituais, tempos de reforma e tempos de completa apostasia. No entanto, muitas vezes, mesmo durante os piores momentos espirituais, havia a manifestação externa de piedade e adoração que não eram aceitáveis ao Senhor. Como necessitamos ser cuidadosos, para não cair no mesmo engano!

6. Leia Jeremias 7:1-10. Que tema é repetido ali, que temos visto nesta semana? Que princípios encontramos no texto, que podemos aplicar em nosso contexto?

Observe especialmente o verso 4. Em certo sentido, as pessoas que falavam estavam certas. Aquele era o “templo do Senhor,” o lugar em que o nome do Senhor devia permanecer, o lugar em que era realizado o sistema sacrifical, que Deus havia instituído; lugar em que eram ensinadas as grandes verdades do sacrifício, salvação, purificação e juízo. Afinal, esse era o povo da aliança. Seu Deus era o verdadeiro Deus, e eles tinham mais luz e mais verdade, como nação, do que seus vizinhos pagãos. Nada disso pode ser contestado e, no entanto, o Senhor, obviamente, não estava satisfeito com eles nem com sua adoração. De fato, como Ele definiu a frase: “Este é o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor”? “Palavras enganosas?” Elas eram enganosas, não porque aquele não fosse o templo do Senhor, mas porque as pessoas acreditavam que, simplesmente pelo fato de ir ao templo do Senhor e adorar ali, elas estavam seguras, salvas, e estavam fazendo tudo que era necessário.

Com toda a luz que recebemos, de que maneira podemos, como adventistas do sétimo dia, estar em perigo de cometer o mesmo erro daquelas pessoas? Pense em possíveis paralelos entre elas e nós. Como podemos ser enganados, da mesma forma, se não tomarmos cuidado? Em quais “palavras enganosas” podemos estar em perigo de confiar, palavras que na superfície são verdadeiras (assim como aquele era, de fato, “o templo do Senhor”), mas que poderiam nos levar a cometer os mesmos tipos de erros presunçosos?


Sexta
   Ano Bíblico: Jr 51, 52


Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 303-310: “O Chamado de Isaías”; p. 331-339: “Ezequias”; p. 349-366: “Libertos da Assíria”; p. 381-391: “Manassés e Josias”; p. 407-421: “Jeremias”.

Nos dias de Isaías as faculdades espirituais da humanidade haviam sido entenebrecidas por uma errônea compreensão de Deus....

“Havendo perdido de vista o verdadeiro caráter de Jeová, os israelitas ficaram sem escusa. Não raro havia Deus Se revelado a eles como ‘um Deus cheio de compaixão e piedoso, sofredor e grande em benignidade e em verdade’ (Sl 86:15)”.

“Na visão dada a Isaías no recinto do templo, foi-lhe propiciado ver claramente o caráter do Deus de Israel. ‘O Alto e o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo’ (Is 57:15), havia-lhe aparecido em grande majestade; contudo, ao profeta fora feito compreender a natureza compassiva de seu Senhor” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 311, 312, 314).

Perguntas para reflexão:
1. Quais são as “coisas boas” que podemos transformar em ídolos? Como saber quando alguma coisa se tornou um ídolo?
2. As pessoas iam constantemente ao “templo do Senhor”, e ali adoravam (Jr 7:4), de maneira enganosa e hipócrita. Como podemos evitar essa mesma armadilha? Por que a simples obediência à Bíblia tem um papel tão importante em nos proteger de todos os tipos de engano?
3. Pense nos cultos de adoração em sua igreja. Você sai com um senso de temor diante da majestade de Deus, em contraste com sua pecaminosidade e necessidade de graça? Se não, o que poderia ser mudado, a fim de ajudar a igreja a ter, até certo ponto, a experiência que Isaías teve? Por que isso é tão importante?
4. Quantas coisas você faz que não servem para nada? Quanto tempo você gasta basicamente desperdiçando tempo, fazendo coisas inúteis, vãs e, essencialmente, sem nenhum valor? Como podemos aprender a fazer melhor uso do tempo limitado que temos nesta vida?

Respostas Sugestivas:
1:
 A humildade e obediência são mais importantes que os sacrifícios, que eram apenas símbolos. 2: Porque percebeu sua pecaminosidade, em contraste com a glória de Deus. 3: Não há valor nos sacrifícios, ofertas e rituais religiosos associados com pecado e violência. 4: As pessoas que jejuavam eram egoístas, violentas e exploravam os pobres; o jejum verdadeiro parte de um coração puro, interessado no bem dos outros. 5: Deus é único, soberano e protetor. Somente Ele é digno de adoração. Os ídolos de feitura humana são ilusões. 6: Somos advertidos a adorar a Deus de maneira coerente. O fato de estar na igreja não nos salva. É preciso ser honesto e justo para com o semelhante.